terça-feira, 7 de março de 2017

Parceria entre CPRA e Emater promete incentivar a agroecologia na Região Metropolitana de Curitiba

Reuniram-se nesta segunda-feira técnicos e bolsistas do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA) e do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). O objetivo do encontro foi delinear as próximas etapas do projeto ‘Produção em Base Agroecológica na Região Metropolitana de Curitiba’ – que se insere no plano de ação da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB). O CPRA e a Emater trabalharão lado a lado para auxiliar produtores que queiram praticar uma agricultura mais sustentável na região.

Enquanto os extensionistas da Emater prestarão auxílio técnico aos produtores envolvidos com o projeto, os bolsistas do CPRA ficarão responsáveis pela geração de indicadores – dados que auxiliarão os gestores a compreender em mais profundidade os principais desafios e oportunidades para o desenvolvimento da agroecologia na Região Metropolitana de Curitiba.

A próxima fase do trabalho será a identificação de algumas propriedades que integrarão as chamadas Redes de Referência. Em outras palavras, são propriedades que servirão como exemplo de boas práticas agropecuárias – para mostrar que o desenvolvimento de uma produção mais equilibrada, do ponto de vista ecológico, é possível.

Uma das áreas mais sensíveis em que a equipe atuará é a região da bacia do rio Miringuava, em São José dos Pinhais (PR). Lá, a Sanepar está prestes a construir uma nova barragem para atender às demandas de abastecimento hídrico da cidade de Curitiba e arredores. Uma grande porção de terra será inundada. Trata-se, porém, de uma região onde predomina a agricultura convencional – que, por ser baseada no uso de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, tem sido motivo de preocupação por parte de pesquisadores e gestores públicos. Afinal, estes insumos podem facilmente contaminar o lençol freático e os rios que servem ou servirão para captação de água potável pela Sanepar.

Mas, com a construção da nova barragem, parte da bacia do rio Miringuava terá o status de Área de Preservação Ambiental (APA). É por esse motivo que a agroecologia se apresenta como uma grande solução para o caso – afinal, esse modelo é totalmente compatível com as demandas ambientais do local, uma vez que não utiliza insumos prejudiciais à saúde humana e aos ecossistemas.

“Em um cenário ideal, nada nos impede de imaginar a região do Miringuava como um futuro polo de produção orgânica na Região Metropolitana de Curitiba”, comenta o engenheiro agrônomo Márcio Miranda, diretor-adjunto do CPRA. Mas, até lá, muito trabalho ainda há de ser feito.

A parceria entre o CPRA e a Emater, portanto, pode ser um importante passo rumo a um futuro mais sustentável do ponto de vista social, econômico e ambiental. Em um contexto mais amplo, projetos como esse também são cruciais para o futuro de nossa soberania alimentar. Afinal, eles são decisivos para incentivarmos uma alimentação cada vez mais saudável tanto no campo quanto na cidade.