A
cidade paranaense de Entre Rios do Oeste tem
uma população de apenas 4 mil habitantes e sua economia é baseada na
suinocultura e bovinocultura.
Até aí, nada de muito diferente em relação a outros pequenos municípios
espalhados pelo Brasil. A novidade é que, em breve, a cidade irá
“zerar” sua conta de energia elétrica por
meio de um projeto para geração de energia a partir de resíduos animais.
A iniciativa é uma parceria entre a prefeitura, o CIBiogás (Centro
Internacional de Energias Renováveis) e a Copel (Companhia
Paranaense de Energia). Daqui pra frente, todos
os dejetos produzidos na zona rural serão transformado em energia
elétrica, que será utilizada para a iluminação municipal e o
abastecimento de prédios públicos – como
escolas e hospitais -, além das propriedades rurais que fazem parte do projeto.
Com
investimento de R$ 17 milhões em recursos de Pesquisa e Desenvolvimento
(aprovados pela Agência Nacional
de Energia Elétrica), o projeto irá ligar 19 propriedades da região por
meio de uma tubulação de 22 quilômetros, que transportará o biogás. Além de
garantir o tratamento dos dejetos animais, a ação tem um outro resultado: a produção de um adubo sustentável, também conhecido como biofertilizante.
“Esperamos que esse projeto seja um grande benchmarking para
a região oeste do Paraná e exemplo para o Brasil, mostrando como a
atividade agropecuária brasileira pode resolver um passivo ambiental e,
com isso, gerar um valor agregado nas aplicações energéticas do biogás”,
explicou o diretor-presidente do CIBiogás, Rodrigo
Régis.
O
biogás produzido na rede de biodigestores será filtrado em uma
refinaria para se transformar em biometano
e este será canalizado para uma MCT (Minicentral Termelétrica) com
capacidade total de 480 kw. A interligação das propriedades em torno da
MCT é essencial para garantir a viabilidade econômica do projeto.