segunda-feira, 30 de maio de 2016

COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO Unidade de Coordenação de Projetos da Região Sul


EMBRAPA CRIA TECNOLOGIA QUE DIMINUI AGROTÓXICOS NAS LAVOURAS
http://agrosoft.com/agroarquivos/1464043616.jpgUma nova tecnologia desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) poderá trazer muitos benefícios para a agricultura brasileira. O pulverizador eletrostático visa diminuir a aplicação de agrotóxicos nas lavouras. A novidade já está sendo usada por pequenos produtores.
A agricultura brasileira é uma das maiores e mais produtivas do mundo e justamente por ser muito grande consome muita água, muita semente, adubo e agrotóxicos para combater doenças e pragas de todo tipo.
O agrônomo Marcelo Morandi, chefe da Embrapa Meio Ambiente, que fica em Jaguariúna, São Paulo, acredita que os agrotóxicos são ferramentas importantes para a agricultura. Só que muitas vezes esses produtos são usados de maneira errada ou em excesso, o que pode provocar uma série de problemas.
?Pode trazer contaminação de água, contaminação de solo, contaminação do aplicador, e até mesmo ter o resíduo no produtor que vai chegar até o consumidor. Poderíamos usar melhor essa ferramenta?, explica Marcelo.
A redução dos agrotóxicos pode ser feita de várias maneiras. A desenvolvida pela Embrapa é o pulverizador eletrostático, equipamento simples, de baixo custo e que pode ser usado por pequenos produtores. Quem acompanhou o desenvolvimento do produto foi o agrônomo Aldemir Chaim.
?Basicamente o pulverizador contém uma fonte. Essa alta tensão, segue por um fio vermelho que vai eletrificar o líquido na ponta do equipamento, que ao se romper, as gotas saem eletrificadas?, conta Chaim.
Segundo Chaim, quando as gotas recebem uma carga elétrica, elas passam a funcionar como imãs, ou seja, ao invés de se dispersarem no ar, elas grudam nas superfícies das plantas, o que aumenta e muito a eficiência da aplicação.
?A planta vai atrair essa gotinha com grande intensidade e isso passa a ser diferente do processo convencional onde a gota é jogada na planta?, explica o agrônomo.
Segundo o agrônomo, na pulverização convencional, cerca de 70% do agrotóxico aplicado acaba no solo ou é levado pelo vento. No caso do pulverizador eletrostático, a conta é inversa. Cerca de 70% do produto fica grudado na planta. Outra vantagem da pulverização eletrostática é que o produto aplicado também se deposita na parte debaixo das folhas, o que é muito importante para o combate de diversas pragas e doenças.
A tecnologia já é usada na agricultura, principalmente nos Estados Unidos, mas em equipamentos motorizados de grande porte. Já o pulverizador da Embrapa é portátil, próprio para pequenos produtores. Com a bateria carregada, o equipamento funciona cerca de seis horas. Como segurança, o equipamento possui um fio-terra. FONTE: Globo Rural

GOIABA DO PARANÁ GANHA DIFERENCIAL COM INDICAÇÃO GEOGRÁFICA
http://agrosoft.com/agroarquivos/1464042077.jpgAgricultores da região Norte Pioneiro do Paraná conquistaram o mais novo diferencial competitivo: registro de Indicação Geográfica (IG) da goiaba de Carlópolis. A partir de agora, a fruta dessa região também integra o seleto grupo de produtos reconhecidos por sua reputação, valor intrínseco e identidade própria. Ao todo, o estado já coleciona três IG registradas e nove em análise no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Clique aqui para saber mais sobre a IG.
A Indicação de Procedência (modalidade de IG) foi concedida peloINPI à Associação dos Olericultores e Fruticultores de Carlópolis (APC), que abrange os municípios paranaenses de Carlópolis e Ribeirão Claro. De agora em diante, para ter a goiaba reconhecida como IG, os produtores deverão cumprir normas específicas de embalagem, rotulagem, acondicionamento e transporte, processo produtivo e segurança alimentar, além de responsabilidade social e ambiental, entre outros atributos.
?Os produtores que utilizam a IG como instrumento de diferenciação percebem diversos benefícios, como valorização do produto, aumento do turismo local, acesso a novos mercados, além da satisfação em ver seu trabalho reconhecido pelos consumidores e o saber fazer sendo preservado?, avalia a diretora técnica do Sebrae, Heloisa Menezes. O Sebrae apoiou os agricultores paranaenses nesse processo que culminou na obtenção do registro de IG junto aoINPI.
O processo para a concessão do registro à APC levou em consideração elementos que confirmam que o nome geográfico tornou-se centro de extração, produção ou fabricação de goiabas; dados que comprovam a existência de uma estrutura de controle sobre os produtores com direito ao uso exclusivo da indicação de procedência; além de evidências de que esses produtores estão estabelecidos na área geográfica demarcada e exercendo a atividade efetivamente.
?Esse registro é uma conquista promissora dos agricultores que buscam valorizar seus produtos e se diferenciar no mercado. Ele vem se somar às Indicações Geográficas de outras regiões do país, que, assim como a goiaba de Carlópolis, foram concedidas para reconhecer a reputação das frutas brasileiras?, afirma Raquel Minas, analista do Sebrae que acompanha esse projeto.
O que é Indicação Geográfica
Indicação Geográfica (IG) é o nome geográfico de um país, cidade ou região reconhecida pela qualidade ou tradição de determinado produto ou serviço. No Brasil, ela tem duas modalidades: Indicação de Procedência (IP) e Denominação de Origem (DO). Desde 2011, o número de IG brasileiras cresceu 243%. Hoje, há 48 IG reconhecidas no país, sendo 39 IP e 9 DO, cobrindo 853 municípios de 20 estados, num total de 35 mil pequenos negócios.
Mais informações: Associação dos Olericultores e Fruticultores de Carlópolis Av. Elson Soares, 843 CEP 86420-000 ? Carlópolis/PR Telefone:(43) 3566-1090
 
FEPAGRO APRESENTA BALANÇO SOCIAL 2015
Balanço Social da Fepagro será lançado dia 30 de maioA Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) do Rio Grande do Sul, lançará, na próxima segunda-feira (30), às 14h, o Balanço Social 2015, com a presença do secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo. O evento ocorrerá no auditório da Fepagro, rua Gonçalves Dias, 570, bairro Menino Deus, em Porto Alegre. Esta data é especial, pois há 97 anos, em 30 de maio de 1919, iniciava a pesquisa agropecuária oficial no Rio Grande do Sul, com a criação da Fepagro Serra, em Veranópolis.
O primeiro balanço social da Fepagro apresenta à sociedade, em números e informações, a contribuição da pesquisa agropecuária pública estadual para o desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do Sul.Maiores informações no site ?Demonstra o compromisso e a responsabilidade da instituição com o povo gaúcho e representa uma prestação de contas sobre as ações realizadas?, explica o diretor-presidente Adoralvo Schio. 
Segundo o diretor técnico, Carlos Alberto Oliveira, no documento são apresentados os benefícios gerados com a apropriação de 38 tecnologias desenvolvidas pela Fundação e transferidas à sociedade. ?A edição 2015 divulga algumas das principais atividades desenvolvidas nos centros de pesquisa, demostrando trabalhos realizados nos eixos: pesquisa, prestação de serviços, difusão de tecnologias e capacitação de pessoal. Traduzindo em números, cada real aplicado na Fepagro em 2015 gerou R$ 36,03 para a sociedade gaúcha?, exemplifica. Fonte: Darlene Silveira Arte: Rafaela de Felippe

Curso de Agroecologia e Agricultura Orgânica
Inscrições podem ser feitas de 9 a 31/5Aprofundar a temática da agroecologia e agricultura orgânica, compreendendo seus conceitos, princípios, manejo do solo, nutrição e adubação, proteção das plantas, certificação e comercialização de alimentos orgânicos. Esse é o objetivo do Curso de Agroecologia e Agricultura Orgânica que a Fepagro promoverá de três de junho a oito de outubro e que terá um encontro (módulo) por mês com 12 horas/aula. As inscrições podem ser feitas até 31 de maio, no Departamento de Horticultura da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), local de realização do curso de extensão. Informações pelo e-mail agroecologiaprodorganica@gmail.com, ou pelos telefones (51) 3308-7440 e (51) 3308-6020. 
O curso é voltado para extensionistas rurais, técnicos representantes de segmentos da rede de produção orgânica, técnicos agrícolas, profissionais e formandos das áreas de agronomia e biologia, e estudantes de pós-graduação. Fonte:FEPAGRO

EMBRAPA LANÇA O LIVRO ?O CULTIVO DO MILHO-DOCE?

http://agrosoft.com/agroarquivos/1464133084.jpgO livro O cultivo do milho-doce foi lançado na 9ª Semana de Integração Tecnológica, na Embrapa Milho em Sorgo (Sete Lagoas/MG), durante o seminário ?Inovações na agricultura urbana?. O livro reúne informações que visam suprir os agricultores com técnicas modernas para O cultivo do milho-doce.
O chefe-geral, Antônio Álvaro Corsetti Purcino, ressaltou que este livro é mais uma ação da Embrapa que contribui para a agricultura urbana. ?O milho-doce, além de ser de grande importância para a indústria de conservas alimentícias, é um produto hortifrutigranjeiro, podendo ser usado pela agricultura familiar e pelo segmento de hortas urbanas?, disse.
A obra tem 298 páginas, está dividida em 15 capítulos, escritos por 27 autores, e tem como editores técnicos os pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo Israel Alexandre Pereira Filho e Flávia França Teixeira.
O milho-doce está na categoria de milhos especiais, em razão de suas características genéticas serem diferentes das do milho commodity (milho grão). ?O milho-doce ainda é caracterizado também como uma hortaliça, por causa do curto espaço de tempo que leva do plantio à colheita, cerca de 85 a 90 dias, quando as espigas estão com aproximadamente 80% de umidade?, afirmou o pesquisador Israel.
As sementes do milho-doce podem ser encontradas nas casas especializadas em vendas de sementes de milho e nas Centrais de Abastecimento dos Estados (Ceasas)?, informa o pesquisador. A obra está sendo comercializada por R$ 25,00. FONTE: Embrapa Milho e Sorgo, Sandra Brito ? Jornalista E-mail: milho-e-sorgo.imprensa@embrapa.br

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Agricultura Familiar


Novidades sobre Agricultura Familiar
 
 
CAR
 
 
 

Proprietários de imóveis rurais com até quatro módulos fiscais terão mais um ano para preencher o Cadastro Ambiental Rural. Leia mais.
PROINF
Cada um dos 241 territórios rurais terão empenhado o valor de até R$ 120 mil . Leia mais.
 

PUBLICAÇÕES
Confira os três primeiros volumes sobre Pronaf Agroecológico, Compra Pública de Alimentos da Agricultura Familiar e DAP. Acesse.
P1+2
O prazo para envio de propostas vai até 16 de maio. Podem participar entidades privadas sem fins lucrativos. Leia mais. 
2ª CNATER
A 2ª Conferência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural acontece de 31 de maio a 3 de junho, em Brasília (DF). Leia mais. 

2ª CNATER
A Comissão Organizadora da 2ª Conferência Nacional de ATER decidiu pela participação de todos os inscritos. Leia aqui.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Mais brasileiros com acesso à alimentação adequada

Ubirajara Machado/MDS
Brasília – Como garantir uma alimentação saudável e de qualidade à população vulnerável e ao mesmo tempo fortalecer os agricultores familiares? A resposta veio com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), em 2003. O programa se consolidou como um importante instrumento de promoção da segurança alimentar e nutricional e de garantia do direito humano à alimentação adequada.
Até 2015, foram 4,7 milhões de toneladas de alimentos adquiridos da agricultura familiar, totalizando R$ 6,4 bilhões em investimentos. No Plano Safra da Agricultura Familiar 2016/2017, anunciado pela presidenta Dilma Rousseff na terça-feira (3), estão destinados mais R$ 500 milhões para serem investidos no PAA.
Com o mesmo recurso aplicado, além de apoiar a produção, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) ainda distribui alimento a quem mais precisa. Anualmente, em média, 20 mil entidades socioassistenciais e unidades de segurança alimentar e nutricional, como bancos de alimentos, restaurantes populares e cozinhas comunitárias, recebem alimentos do PAA para o atendimento da população em vulnerabilidade social e nutricional.
O PAA é uma conquista social do Brasil. Fortalece a renda e a organização da agricultura familiar, que é quem produz a maior parte dos alimentos consumidos diariamente no Brasil, e põe comida na mesa de quem mais precisa. A ação uniu ações de combate à pobreza rural e segurança alimentar. A grande inovação foi comprar alimentos do agricultor e entregar para a população vulnerável. São alimentos locais distribuídos na mesma região, dentro da cultura alimentar de cada localidade.
“A partir de 2003, a agricultura familiar passou a ser considerada como um eixo prioritário para o desenvolvimento do país. Uma série de ações foi desenvolvida pelo governo federal. Dentre elas, as compras públicas têm cumprido importante papel na inclusão social dos mais pobres, no desenvolvimento local e na valorização da produção de alimentos saudáveis e sustentáveis”, afirma o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Arnoldo de Campos.
As aquisições são feitas de forma simplificada e segura, por meio de chamadas públicas, o que agiliza a compra dos agricultores familiares e incentiva a produção. Exemplo disso é o crescimento da participação das mulheres como fornecedoras do programa. Em 2015, elas representaram 40% dos agricultores – em 2012, as mulheres eram 29% do total. 
Também vem sendo ampliada a participação dos agricultores familiares mais pobres. Em 2012, 45% dos fornecedores estavam inscritos no Cadastro Único para Programas do Governo Federal. Em 2015, esse número subiu para 63%.
Ao longo de sua execução o programa já esteve presente em 3.238 municípios. Nessas cidades, o programa contribuiu para dinamizar as economias rurais de milhares de municípios, apoiando canais de comercialização e reforçando estruturas locais de abastecimento alimentar. O Nordeste foi a principal região com maior participação no PAA, 50% dos agricultores familiares.
O coordenador geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), Marcos Rochinski, explica que o programa é importante para organizar o processo produtivo dos agricultores familiares, além de garantir a inclusão deles no mercado. “Nós vamos continuar defendendo o PAA. O que defendemos é a ampliação do programa, para que mais agricultores possam acessá-lo.”
Para aperfeiçoar ainda mais o PAA, em 2012 foi criada uma nova modalidade. A Compra Institucional ampliou as possibilidades de mercado, ao permitir que órgãos públicos de administração direta ou indireta, de governos federal, estaduais ou municipais,  comprem, de forma segura e simplificada,  a produção dos agricultores familiares para abastecer equipamentos públicos, como universidades, hospitais, quartéis e penitenciárias. Por meio desta modalidade, já foram adquiridos R$ 107,6 milhões de alimentos.
Por meio do Decreto n° 8.473/2015, a presidenta Dilma Rousseff fortaleceu ainda mais as compras da agricultura familiar. A legislação torna obrigatório que órgãos da administração pública federal comprem, no mínimo, 30% dos gêneros alimentícios diretamente deles – um mercado potencial de mais de R$ 2,7 bilhões em todo o país, segundo levantamento feito pelo MDS e pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Um caso de sucesso
O PAA foi um dos primeiros programas sociais desenvolvidos no Brasil com a colaboração do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), reinstalado também em 2003, após oito anos desativado. Desde então o Consea exerce o controle social do PAA, contribuindo para o seu aperfeiçoamento e apontando as falhas e problemas que precisam ser corrigidas.
A experiência bem-sucedida do PAA alcançou reconhecimento internacional como modelo de compra pública, sendo difundida, por meio de cooperação, em diversos países da África e da América Latina.
Atualmente, seis modalidades atendem as especificidades tanto do público que fornece, quanto do que recebe os alimentos: Compra com Doação Simultânea, Doação Direta, Sementes, Formação de Estoque, Incentivo à Produção de Leite e Compra Institucional.
Informações sobre os programas do MDS
0800-707-2003

Inclusão produtiva alcança mais de 200 mil famílias agricultoras em extrema pobreza

Ubirajara Machado/MDS
Brasília – Quando a presidenta Dilma Rousseff lançou o Plano Brasil Sem Miséria, em 2011, o governo federal assumiu o compromisso de atender famílias agricultoras em situação de extrema pobreza por meio de ações de inclusão produtiva no meio rural. Nascia assim o Programa de Fomento à Inclusão Produtiva Rural que, até abril deste ano, já atendeu 210 mil famílias em todo o país. Ao todo, de janeiro de 2012 a abril deste ano, o governo federal repassou mais de R$ 490 milhões diretamente para as famílias atendidas pelo programa.
Por meio desta ação, as famílias recebem recursos não reembolsáveis para investir em projetos produtivos, além de receberem apoio da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). Cada família recebe R$ 2,4 mil, em duas parcelas, por meio do cartão do Bolsa Família. Com esse dinheiro, os agricultores, assentados da reforma agrária e povos e comunidades tradicionais investem na capacidade produtiva de suas propriedades e conquistam o direito de serem atores de transformação da própria história, do seu cotidiano de vida e de trabalho.
As melhorias nas atividades que realizam, como plantio de hortas, criação de pequenos animais, entre outras, resultam na ampliação da produção de alimentos para o consumo próprio e comercialização, na valorização de seu patrimônio e aumento da renda. Nos primeiros quatro meses de 2016 foram investidos mais de R$ 32 milhões, com a inclusão de 14 mil novas famílias. Até o final do ano, mais 32 mil famílias de agricultores serão atendidas. E, em 2017, serão 69,7 mil. Para tanto, já estão assegurados recursos orçamentários de R$ 167 milhões, para serem transferidos diretamente às famílias.
Na maioria das vezes, quem lidera o projeto em casa são as mulheres. Elas melhoram a capacidade produtiva de sua propriedade e de comercialização, aumentando a segurança alimentar e a renda familiar. “Para dar certo, é decisivo o apoio da assistência técnica e extensão rural”, aponta Mônica Schroder, coordenadora do programa no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
As famílias participantes recebem apoio técnico por, pelo menos, dois anos. “Em muitos casos, é a primeira vez que essas famílias de agricultores, em especial as mulheres, recebem apoio técnico para melhorar a produção e ampliar a renda”, explica. Além de orientar os projetos produtivos, os técnicos de Ater apoiam o acesso a outros programas de apoio à comercialização, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Para o coordenador geral do Centro de Assessoria e Apoio aos trabalhadores e Instituições Não Governamentais Alternativas (Rede CAATINGA), Giovanne Xenofonte, foi a partir de uma teia de políticas públicas que a população do Semiárido conquistou o direito de permanecer em seu lugar de origem, de forma digna, mesmo com a forte seca que castiga a região. “Ações como o Programa de Fomento à Inclusão Produtiva Rural, de Aquisição de Alimentos, de Alimentação Escolar, de Assistência Técnica e o Bolsa Família, entre outros, têm sido garantias fundamentais para estas famílias viverem de forma digna no sertão.”
Xenofonte reforça ainda que “estes programas foram fundamentais para a saída do Brasil do Mapa Mundial da Fome. Não podemos aceitar nenhum tipo de retrocesso e ver o nosso país entrar numa espécie de ‘porta giratória’, que leve muitas famílias de volta à condição de fome e miséria. Por isso nós, da sociedade, estamos atentos e não permitiremos nenhum retrocesso.”
Onde tudo começou
Em 2010, 25% das pessoas que viviam no meio rural estavam em situação de extrema pobreza, ou seja, viviam com menos de R$ 70 per capita por mês, enquanto na área urbana esse percentual chegava a 5%. Um cenário preocupante, que exigiu do governo federal estratégias específicas.
Para isso, o Plano Brasil sem Miséria articulou, de forma inédita, as informações do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, o que permitiu chegar até as famílias mais pobres do país e reorientar a ação dos programas de apoio à estruturação produtiva dos agricultores familiares.
Deste esforço, surgiu o Programa de Fomento à Inclusão Produtiva Rural, que articula ações de assistência técnica especializada, recursos para investir nas propriedades e apoio à comercialização da produção. Por meio desta iniciativa, os agricultores recebem acompanhamento individualizado e continuado de técnicos agrícolas, que, junto com as famílias agricultoras, trocam conhecimentos sobre formas de produção, qualidade e valor dos produtos.
Informações sobre os programas do MDS
0800-707-2003

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Estão abertas as inscrições de propostas no PAA

Coooperativas e associações de agricultores familiares interessados em participar do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) operacionalizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já podem apresentar suas propostas para as modalidades de Compra com Doação Simultânea e Formação de Estoque. Os projetos devem ser inscritos pelo sistema PAAnet, que está disponível no endereço eletrônico http://www.conab.gov.br/produtosServicos-PAANET-proposta.php.

Para atender a um maior número de agricultores familiares no país, o limite estabelecido para as cooperativas e associações na modalidade Compra com Doação Simultânea foi alterado. Agora, as propostas por CNPJ não podem ultrapassar o teto de R$ 800 mil por ano.

As regiões Norte e Nordeste irão receber 60% dos recursos repassados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O restante será destinado às demais regiões do país.

As medidas visam o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, assegurando o respeito aos públicos prioritários do PAA, como produtores orgânicos, povos e comunidades tradicionais, assentados e mulheres.

Em 2015, a Conab destinou R$ 287 milhões para o apoio à comercialização da agricultura familiar em todas as modalidades do PAA, alcançando 863 organizações da agricultura familiar de todo o país.

Mais informações sobre a inscrição de novos projetos podem ser obtidas nas Superintendências Regionais da Conab.

Guarani supera dificuldades e vira fornecedor do PAA

O índio Guarani Leonardo Silva, da aldeia Aguapeú, em Mongaguá, no litoral Sul, se transformou em modelo de agricultor familiar a ser seguido. Ele é um dos pioneiros em todo o Estado de São Paulo a integrar o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Agricultura Familiar, do Governo Federal.
Aguapeu-Leonardo-04Leonardo (foto) fornece periodicamente parte de sua produção para o Banco de Alimentos da Prefeitura de Itanhaém, que opera o PAA na cidade por meio de parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Para conseguir produzir esse excedente e comercializá-lo, contou com o apoio de técnicos do Departamento de Agricultura de Itanhaém e da Fundação Nacional do Índio, a Funai.
Além de se integrar aos esforços de segurança alimentar para famílias de baixa renda de Itanhaém, Leonardo também contribui para a conservação da cultura alimentar de sua comunidade. Ele cultiva um alimento considerado sagrado pelo povo Guarani, o milho Guarani, o avaxi etei.
É da roça de Leonardo que estão saindo em quantidade razoável sacas de sementes desse raro cereal (ver box) para entrega e posterior cultivo em aldeias da região e em outras, mais distantes.
PAA
Os indígenas estão no topo de lista de prioridades do PAA em Itanhaém, segundo gestores do Banco de Alimentos do município. A atenção junto aos índios se insere em duas frentes: garantir que haja alimento de qualidade para a sua dieta e dar suporte às quase sempre deficientes produções agrícolas das aldeias.
“Iniciamos essa estratégia com as aldeias por meio da Funai- Coordenação Regional do Litoral Sudeste”, explica Luciana de Melo Costa, gestora do banco, ligado à Secretaria de Educação local.
“Além do PAA, buscamos dar prioridade à inclusão do indígena também nos demais programas de segurança alimentar que se seguiram, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Programa Paulista de Agricultura de Interesse Familiar (PPAIS)”, recorda Luciana.
‘O trabalho de identificação de potenciais produções agrícolas nas reservas demarcadas teve início em 2010 e contou com o suporte técnico do Departamento de Agricultura de Itanhaém’
Leonardo da Silva foi o primeiro produtor indígena a integrar o PAA no município. “Acreditamos que seja o primeiro do Estado a participar do programa”, afirma Luciana. A produção de qualidade – 30 quilos de mandioca e 447 quilos de palmito pupunha – e as entregas contínuas de Leonardo ao longo de 2015 são provas de que é possível a integração do indígena como beneficiário e produtor.
“Acreditamos que, por todas as especificidades que cercam os povos indígenas, demos um passo importante na nossa gestão, trazendo ações efetivas de inclusão e enriquecimento das políticas públicas de segurança alimentar e nutricional locais. Para 2017, nosso plano é diversificar a produção e aumentar o número de produtores indígenas beneficiários”, diz Luciana.
Aguapeu-Leonardo-02Produção familiar e tradicional
Na Aldeia Aguapeú vivem cerca de 100 indígenas de 12 famílias. Eles cultivam açaí, pupunha, banana, mandioca, batata doce e, claro, milho guarani. Praticamente todos os produtos são para a subsistência, com exceção da mandioca e do palmito pupunha, que é vendido fora do tekoá (aldeia Guarani).
Leonardo é uma exceção entre os outros cultivadores do tekoá. É o maior produtor entre todos que ocupam o morro, a aldeia está localizada em um morro bastante íngreme, isolado por um rio, o Aguapeú, e de caminhos escorregadios. Um local difícil de produzir e de escoar essa produção.
São cerca de seis hectares, ou 60 mil metros quadrados, onde ficam os cultivos mantidos por Leonardo, que também cuida de um orquidário. Das suas plantações, é possível avistar o mar e o Centro de Mongaguá, cidade onde fica a Aguapeú, núcleo indígena surgido na década de 1930 e que só foi demarcado em 1998.
Em pequenas áreas mais planas aqui e ali, por entre bananeiras, pupunheiras, palmeiras de açaí e outras espécies mais tradicionais, Leonardo cultiva as suas mudas de milho. São duas colheitas por ano. A primeira ainda passava pelo processo de secagem, em abril último.
Leonardo Silva entregou com periodicidade e qualidade cerca de 450 quilos de palmito pupunha e 30 quilos de mandioca ao Programa de Aquisição de Alimentos em Itanhaém.
Reservado e migrante como costumam ser os Guarani, Leonardo chegou à Aguapeú nos anos 1990. Ele nasceu em Santa Catarina, numa aldeia próxima a Chapecó. Plantou milho Guarani desde que era um kyringue (criança em Guarani).
“Quando eu comecei a plantar foi o pessoal da Funai que me ajudou bastante para entregar. Está muito legal a plantação. É difícil chegar a esse ponto em que cheguei ”, diz Leonardo. “Tenho muito orgulho do meu trabalho e não posso parar mesmo, agora, depois de tudo isso”, brinca. Ele afirma que fornecer o milho para a merenda das crianças Guarani será um “outro grande orgulho”.
in. http://litoralsustentavel.org.br/boas-praticas/guarani-supera-dificuldades-e-vira-fornecedor-do-paa/