terça-feira, 29 de agosto de 2017

Reunião com agricultores familioartes e entidades

No dia 28 de agosto de 2017, a SASC Maringá realizou reunião com entidades sócioassistenciais e agricultores familiares para tratar do Programa Compra Paraná (PAA Estadual) e realizar a recondução da CORESAN. A Sra. Marilze Assis Brandão conduziu a segunda parte da reunião, que fez alterações na CORESAN Maringá, mantendo a paridade regimental.







Comunidade indígena do Paraná cria sistema 100% livre de transgênicos e agrotóxicos

Produção agroecológica é símbolo de resistência em Terra Indígena

Brasil de Fato | Tomazina (PR),

Situada no município de Tomazina, no Norte Pioneiro do Paraná, a Terra Indígena Pinhalzinho – comunidade onde vivem cerca de 160 indígenas Guarani - se consolida em um espaço de resistência na região que abriga a maior quantidade de latifúndios do Estado e caracterizado pela monocultura, pela produção mecanizada e pelos altos índices do consumo de agrotóxicos.
Com o objeto de recuperar a floresta degradada e o sistema tradicional de produção baseado na ancestralidade, a comunidade Guarani Ñandeva, que habita o território de aproximadamente 600 hectares, criou um sistema agroecológico focado na sustentabilidade e na produção 100% livre de transgênicos e agrotóxicos.
Desde 2011 é realizada na Terra Indígena a Feira de Sementes Crioulas e Mudas Nativas de Pinhalzinho. Nos dias 25 e 26 de agosto, a comunidade recebeu parentes de outras terras indígenas e visitantes para a quinta edição da feira. Realizado em parceria como o Instituto Federal do Paraná (IFPR), o evento nasceu da necessidade de recuperar sementes tradicionais consideradas sagradas para o povo Guarani.
A feira apresentou a diversidade da produção de sementes; com variedades de milho, feijão, arroz, amendoim e também a produção de tubérculos e ramas como mandioca, batata doce, inhame. "Eu aprendi a guardar sementes com meu pai, que aprendeu com o pai dele. Desse jeito sempre tinha, não preciso comprar sementes, consigo manter a qualidade e posso ajudar outros doando ou trocando as sementes", diz o guarani Orlando Albino Gabriel.
Resistência 
Para compreendermos o significado da Feira para os indígenas é necessário uma retomada do processo histórico da TI Pinhalzinho. Território demarcado em 1986 pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o Tekoha tem o DNA da resistência.
Sebastião Mario Alves, cacique da TI Pinhalzinho, explica que os indígenas tiveram um longo trabalho de retomada da produção tradicional. A terra foi alvo de conflitos mesmo após a demarcação devido a invasão de posseiros que criavam gados. “Participei do grupo de resistência que expulsou o último posseiro que aqui morava. Os grileiros impediam que nós tivéssemos acesso a parte de nossa terra demarcada. Fomos perdendo o direito de uso e nossa riqueza cultural, sobretudo a alimentar”.
Até a retirada dos posseiros, a comunidade tinha reduzida a possibilidade de praticar o sistema agrícola tradicional, uma produção que está intimamente ligada ao aspecto de organização social e cosmologia do Povo Guarani na busca da chamada “terra sem mal”. “Nossa proposta é a recuperação de nossa floresta, da manutenção e preservação de sementes fundamentais para garantia da soberania alimentar e o fortalecimento cultural e religioso de nosso povo”, explica Reginaldo Alves, filho do cacique Sebastião e coordenador da feira.
Agrofloresta
A TI Pinhalzinho também se tornou uma referência do sistema de agroecologia por meio do projeto de agrofloresta desenvolvido pela comunidade e a Escola Estadual Indígena Yvy Porã, um sistema de produção baseado no manejo sustentável de recursos florestais, como madeira, cipós, palhas, remédios e também na produção de alimentos para a fauna.
No espaço se desenvolve o projeto Yvy Marae’y, que tem como referência como referência o pesquisador Ernest Gotsh. “O termo agrofloresta é um termo novo para uma prática antiga já utilizada pelos nossos ancestrais. É uma forma de trabalharmos a terra, aproveitando pequenos espaços, produzindo diversas culturas e fazendo a recuperação e conservação do solo”, explica Jefferson Gabriel Dominguez, diretor da escola indígena.
O próprio passo da comunidade escolar será a elaboração de um banco de dados e uma biblioteca de sementes produzidas na terra indígena. “As sementes crioulas são símbolo de resistência, elas resistiram ao contato com outras sementes, a adversidades, aos ataques do agronegócio. As sementes são um movimento de resistência do nosso território, resistem assim como nosso povo”, acrescenta Jefferson.
Marco temporal
A Feira de Sementes Crioulas e Mudas Nativas também foi uma oportunidade das lideranças Guarani de comunidades do Norte Pioneiro fazerem debates sobre o atual momento de ofensiva aos povos tradicionais e a atual ameaça do Marco Temporal, tese político jurídica que estabelece que só teriam direito à demarcação os povos que estivessem em suas terras em 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição.
A tese ignora o histórico de remoções forçadas e outras violências sofridas ao longo de séculos pelos povos indígenas. “Nunca fomos prioridade para o Estado, toda conquista e avanço do nosso povo se deu com muita luta e enfrentamento, porém a atual conjuntura é preocupante, pois hoje temos inimigos dos direitos indígenas também no Judiciário”, comenta Marciano Rodrigues, liderança Guarani e coordenador geral da Associação dos Povos Indígenas da Região Sul do Brasil (Arpin Sul).
Edição: Ednubia Ghisi

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Agroecologia avança na Região Metropolitana de Curitiba

O Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), empresa vinculada à Secretaria da agricultura e Abastecimento, promoveu a realização do Seminário da Produção Agroecológica da Região Metropolitana de Curitiba, para discutir os resultados obtidos com a parceria estabelecida com a Secretaria de Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Nos últimos dois anos, o trabalho conjunto permitiu o avanço da olericultura orgânica na RMC e o início de atividades como a produção de leite orgânico e, recentemente, de ovos orgânicos.

“Ainda temos dificuldades na consolidação da produção agroecológica devido aos desafios da comercialização, que exige escala de produção, mas estamos enfrentando esses desafios para ajudar os produtores a se estabelecerem e terem renda com a atividade”, disse o diretor do CPRA, Marcio Miranda.

Para o diretor-presidente do CPRA, João Carlos Zandoná, a produção de alimentos orgânicos gera qualidade de vida, preserva o meio ambiente e permite aos produtores obterem renda na propriedade. O trabalho de orientação, cursos e organização dos produtores conta com a ajuda do Instituto Emater.

Com o sucesso dessa parceria com o CPRA, a Seti está acenando com a possibilidade de renovar essa aliança por mais 24 meses. O diretor-geral da secretaria, Decio Sperandio disse que a pasta tem a agroecologia como estratégia e a intenção é continuar com o projeto.

Essa parceria permite repasses de aproximadamente R$ 300 mil por ano para o CPRA manter os bolsistas que trabalham no projeto Redes de Propriedades de Referência em Agroecologia, que funciona em 21 propriedades distribuídas na RMC.

PRODUTORES - A Região Metropolitana de Curitiba tem cerca de 15 mil produtores rurais, dos quais cerca de mil deles praticam a agricultura ecológica. Trata-se de uma região responsável por 42% das hortaliças produzidas no Paraná e a meta é expandir a produção de alimentos orgânicos para os 29 municípios da Grande Curitiba.

Segundo o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, o mercado de alimentos orgânicos está em expansão, seja pela maior consciência do consumidor ou pela exposição na mídia. “Vale a pena que os produtores invistam nesta modalidade. Só em Curitiba, já são 15 feiras de alimentos orgânicos distribuídas na cidade com grande demanda por esses produtos”, afirmou. 
de: http://www.cpra.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=420&tit=Agroecologia-avanca-na-Regiao-Metropolitana-de-Curitiba

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Comida Que Alimenta


Projeto Comida Que Alimenta estimula agricultura agroflorestal

Projeto busca fortalecer experiências de agricultura agroflorestal de base Agroecológica na Zona da Mata Sulde Pernambuco. Tem forte componente de agregação de valor à produção daagricultura familiar, com instalação de unidades de beneficiamento defrutas e de mel, para atender principalmente as compras institucionaisvia Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional deAlimentação Escolar (Pnae) e o mercado turístico do território

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL - REPORTAGEM DA CAMERA RECORD 13 04 2012


Caminhos da comida

Oficina do Sisan chega a Porto Alegre e reúne os três estados do Sul

Começa nesta quinta (3) e segue até a sexta-feira (4), em Porto Alegre (RS), a Oficina Regional do Sisan [Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional], reunindo os estados do Sul do Brasil.
O encontro, que acontece no Plaza São Rafael Hotel, no Centro Histórico de Porto Alegre (RS), terá a participação de 150 pessoas, que representam governos estaduais e municipais e sociedade civil de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
A mesa de abertura terá a participação de Patrícia Gentil, pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), Elisabetta Recine, pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Darci Lauermann, pela Secretaria Estadual do Desenvolvimento Social, do Trabalho, Justiça e Direitos Humanos, e Henrique Schuster, pelo Consea-RS.
Duas mesas no primeiro dia
A primeira mesa ocorre entre 10h e 11h e discute a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Debatem o tema: Patrícia Gentil, da Caisan; Francisco Fujita de Castro Mello, do Departamento de Fomento à Produção e à Estruturação Produtiva, e Andressa Beig Jordão, do Departamento de Apoio à Aquisição e Comercialização da Produção Familiar (os dois últimos do Ministério do Desenvolvimento Social – MDS). A moderação será feita por Elisabetta Recine, do Consea.
A segunda mesa ocorre das 13h30 às 14h30 com o título “Situação atual do Sisan, desafios e perspectivas para o futuro”. Participam como debatedores Elcio Magalhães, da Coordenação de Apoio à Implantação e Gestão do Sisan; Roseli Pittner, do Consea-PR; e Anelise Siviero Ribeiro, da Prefeitura de Canoas (RS). A moderação será de Treici Predotti, da Caisan-RS.
Apresentações e Roda de Conversa
Após as apresentações haverá debate sobre os temas tratados. Os 150 participantes serão divididos em quatro grupos de trabalho com o objetivo de promover diálogos sobre avanços, potencialidades e desafios para o Sisan na região.
A partir das 16h30, até as 17h30, ocorrem a plenária de apresentação e as discussões dos resultados dos grupos. Em seguida, às 17h30, está prevista a Roda de Conversa da Sociedade Civil, sob a moderação de Elisabetta Recine (Consea).
Objetivos do encontro
O Sisan foi instituído em 2006 com a finalidade de assegurar o direito humano à alimentação adequada (DHAA). Desde a criação, avanços legais e institucionais têm garantido a sua construção como estrutura responsável pela implementação e gestão participativa da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
Entre os objetivos da oficina estão o compartilhamento de experiências de mobilização social e de formulação de políticas públicas em segurança alimentar e nutricional; a promoção e a atualização dos atores sobre temas relevantes à consolidação do sistema; a valorização de iniciativas e o estímulo de ações nos estados e municípios.
Uma oficina em cada região
Ao todo, este ano, serão realizadas cinco oficinas, uma em cada região. A primeira foi em São Paulo (SP), nos dias 29 e 30 de junho. A do Nordeste será no Recife (PE). Já Manaus (AM) receberá o encontro do Norte e Campo Grande (MS) sediará a oficina do Centro-Oeste.
As oficinas são promovidas pelo (MDS, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), em parceria com a Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS), e com apoio das Caisans e Conseas nacionais, estaduais e municiais.

STF inclui posição do Consea em ação sobre terras quilombolas

No próximo dia 16 de agosto o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma o julgamento de uma ação que questiona a constitucionalidade de um decreto presidencial que regulamentou a titulação de terras quilombolas.
Trata-se da ação direta de inconstitucionalidade (Adin) 3239, iniciada em 2004 pelo então Partido da Frente Liberal (PFL), hoje Partido Democratas (DEM), na qual é pedida a derrubada do decreto.
Para se entender a questão, é preciso ir à Constituição Federal, que no artigo 68 das disposições transitórias, prevê o seguinte: “Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos”.
Dezesseis anos após a Constituição, o Decreto 4887, de 20.11.2004, assinado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, regulamentou o referido artigo, indicando os procedimentos a serem adotados pelos órgãos públicos em todo o processo, da identificação até a conclusão. 
Logo após a publicação do decreto, o então Partido da Frente Liberal (PFL) acionou o STF alegando que dois itens seriam inconstitucionais. Um deles seria a previsão de autoatribuição da condição de remanescente quilombola. O outro item questionado é a demarcação das terras por indicação dos interessados.
O julgamento começou em 18 de abril de 2012 e o relator, ministro Cezar Peluso (hoje aposentado), votou a favor da ação. Já a ministra Rosa Weber pediu vistas do processo e em 25 de março de 2015 votou contra, empatando o julgamento em 1 a 1. A sessão foi interrompida por pedido de vista do ministro Dias Toffoli. No próximo dia 16 de agosto o julgamento será retomado.
Recomendação do Consea
Quando do início do julgamento, em 2012, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) enviou recomendação ao Supremo Tribunal Federal pedindo que a suprema corte indeferisse a ação.  “A soberania e segurança alimentar e nutricional das comunidades quilombolas é indissociável de seu direito territorial e patrimonial”, diz o documento enviado ao STF.
Para o Consea, “o desenvolvimento sustentável do país passa pelo reconhecimento e preservação dos territórios das comunidades quilombolas, povos indígenas e comunidades tradicionais”. Com a retomada do julgamento o conselho reenviou a recomendação ao STF, que inclui o documento nos autos do processo, como subsídio aos votos dos ministros.
A proximidade do julgamento tem mobilizado pessoas e organizações que atuam em defesa dos direitos dos povos quilombolas. Em artigo assinado no jornal O Globo na última segunda-feira (24), o líder da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Denildo Rodrigues de Moraes, disse que a ação ameaça o acesso do seu povo a políticas públicas.
“Minha terra e minha identidade estão seriamente ameaçadas pela Adin 3239/2004, que questiona o direito de propriedade das comunidades quilombolas, bem como o seu acesso a políticas públicas”, escreveu ele, que é o representante da Conaq no Consa.

Segurança Alimentar e Nutricional e Soberania Alimentar

A Segurança Alimentar e Nutricional, enquanto estratégia ou conjunto de ações, deve ser intersetorial e participativa, e consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.
O modelo de produção e consumo de alimentos é fundamental para garantia de segurança alimentar e nutricional, pois, para além da fome, há insegurança alimentar e nutricional sempre que se produz alimentos sem respeito ao meio ambiente, com uso de agrotóxicos que afetam a saúde de trabalhadores/as e consumidores/as, sem respeito ao princípio da precaução, ou, ainda, quando há ações, incluindo publicidade, que conduzem ao consumo de alimentos que fazem mal a saúde ou que induzem ao distanciamento de hábitos tradicionais de alimentação.
A segurança alimentar e nutricional demanda ações intersetoriais de garantia de acesso à terra urbana e rural e território, de garantia de acesso aos bens da natureza, incluindo as sementes, de garantia de acesso à água para consumo e produção de alimentos, da garantia de serviços públicos adequados de saúde, educação, transporte, entre outros, de ações de prevenção e controle da obesidade, do fortalecimento da agricultura familiar  e da produção orgânica e agroecológica, da proteção dos sistemas agroextrativistas, de ações específicas para povos indígenas, populações negras, quilombolas e povos e comunidades tradicionais. É, ainda, fundamental que as ações públicas para garantia de segurança alimentar possam contemplar abordagem de gênero e geracional.
A soberania alimentar é um princípio crucial para a garantia de segurança alimentar e nutricional e diz respeito ao direito que tem os povos de definirem as políticas, com autonomia sobre o que produzir, para quem produzir e em que condições produzir . Soberania alimentar significa garantir a soberania dos agricultores e agricultoras, extrativistas, pescadores e pescadoras, entre outros grupos, sobre sua cultura e sobre os bens da natureza.
De: http://www4.planalto.gov.br/consea/acesso-a-informacao/institucional/conceitos