quinta-feira, 28 de abril de 2016

MDS padroniza mais uma tecnologia social para apoiar agricultores do Semiárido

ACESSO À ÁGUA

Cisterna Telhadão tem capacidade para captar e armazenar 25 mil litros de água da chuva para ser utilizada na irrigação do plantio e para criar os animais
 
Foto: Divulgação/MDS
Brasília – Damiana de Oliveira Lima, 31 anos, mora na comunidade Tapuio, em Poço das Trincheiras (AL). Agricultora familiar, nunca teve a oportunidade de criar animais e de plantar hortaliças e verduras, mesmo que fosse para o consumo próprio, do marido e dos dois filhos. “Só conseguia plantar o coentro numa bacia.” 
Em 2012, Damiana e família conquistaram sua cisterna para consumo, o que facilitou o acesso à água mesmo durante a estiagem. Depois, a agricultora viu a qualidade da alimentação da família melhorar a partir do momento em que recebeu a Cisterna Telhadão.
Conhecida em Alagoas como cisterna aprisco, a unidade é composta por um reservatório com capacidade para armazenar 25 mil litros e por um galpão que coleta a água que cai da chuva e que pode ser utilizado como galinheiro, pocilga, aprisco (para as ovelhas ou cabras), depósito de ração ou feno ou para o armazenamento de grãos. 
Hoje, a família alagoana, que não tinha condições de manter animais pela falta de água, já cria mais de 20 cabras, 10 galinhas e deixou de plantar o coentro na bacia para plantar tomate, cebola, pimentão e outros produtos em um canteiro produtivo. “A cisterna modificou muito a minha vida. A seca nos últimos quatro anos é muito pesada. A nossa salvação é essa cisterna. Tenho água bastante para não me preocupar.” 
“Nossa alimentação melhorou 100%. Não é sempre que tínhamos dinheiro para comprar as verduras ou a ‘mistura’ [carne]. E agora tiramos de dentro da nossa propriedade”, completa Damiana, que é beneficiária do Bolsa Família e recebe R$ 289 por mês. Com a transferência de renda, ela compra os demais alimentos. 
A partir de agora, como Damiana, mais famílias poderão ser beneficiadas com a Cisterna Telhadão. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) publicou norma que padroniza a construção da tecnologia social de acesso à água para apoiar a produção de alimentos e a criação de animais. “Ao uniformizar todo o processo, você garante um padrão de qualidade do processo construtivo e metodológico de todos os parceiros envolvidos na construção”, explica o coordenador de Acesso à Água para a Produção de Alimentos do MDS, Vitor Leal Santana. 
Ele destacou que o objetivo da padronização das Cisternas Telhadão e da entrega de mais 160 mil tecnologias sociais de apoio à produção é melhorar a vida das famílias sertanejas.  “Eles têm acesso à água com mais qualidade e garantem a segurança alimentar e nutricional dessas famílias.” 
A expectativa é de que, até 2017, sejam construídas quatro mil unidades desta nova tecnologia no Maranhão. O custo unitário estimado é de aproximadamente R$ 10 mil, que inclui despesas associadas a todas as atividades necessárias para sua implementação, como mobilização, seleção e capacitação das famílias, construção do reservatório e da estrutura de captação, além do custeio operacional.
Tecnologia Social Cisterna Telhadão
Com a Cisterna Telhadão, a água da chuva é coletada do telhado de um galpão rústico com 40 m² por meio de calhas e é armazenada em uma cisterna de placas pré-moldadas de concreto, que constitui um reservatório cilíndrico e coberto, no mesmo molde das outras cisternas de placa. Para a construção da parede, são necessárias 78 placas de cimento para a lateral da cisterna além de outras 81 para a cobertura. 
Assim como as demais tecnologias sociais de acesso à água para produção, o público alvo potencial são as famílias com renda de até meio salário mínimo per capita, residentes na zona rural do município e sem acesso à água potável. São priorizadas aquelas em situação de extrema pobreza, beneficiárias do Bolsa Família, as chefiadas por mulheres, as com maior número de crianças de 0 a 6 anos, as com maior número de crianças em idade escolar, as com pessoas com deficiência e as chefiadas por idosos. 
Além de receber a tecnologia social, as famílias participam de capacitações para gestão da água e da unidade de captação e armazenamento na produção dos alimentos. Além disso, ainda são qualificadas equipes de agricultores para a construção das cisternas de placas. 
 

Agricultores familiares já podem enviar propostas de venda ao PAA

Foto: Ana Nascimento/MDS
Brasília – Cooperativas e associações de agricultores familiares já podem apresentar suas propostas para vender alimentos nas modalidades de Compra com Doação Simultânea e Formação de Estoque do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). As regiões Norte e Nordeste vão receber 60% dos recursos repassados pelos ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e do Desenvolvimento Agrário (MDA). 
Os produtos adquiridos na modalidade Formação de Estoque contribuem para a ação estratégica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na regulação do mercado. Já na Compra com Doação Simultânea, os alimentos são doados para equipamentos da rede socioassistencial, creches, escolas, hospitais entre outras. No ano passado, a Conab aplicou R$ 287 milhões para o apoio à comercialização da agricultura familiar em todas as modalidades do PAA, com participação de 863 organizações de todo o país. 
As cooperativas e associações interessadas devem inscrever seus projetos por meio do PAANet. Mais informações podem ser obtidas nas Superintendências Regionais da Conab. 
Informações sobre os programas do MDS
0800-707-2003mdspravoce.mds.gov.br

ACRE: PAA melhora a renda de agricultores e assegura nutrição para milhares de famílias





Agricultores familiares do Acre, assistidos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), entregaram, na última semana, 25 toneladas de alimentos para famílias e instituições cadastradas nos programas de assistência nos municípios de Porto Acre, Tarauacá e Rio Branco. Os produtos destinados à doação foram comprados pelo governo federal por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Entre os produtos distribuídos pelas cooperativas Colplac, São Gerônimo e Geraldo Fleming, estão: peixe, alface, abóbora, banana, maxixe, mamão, mexerica e mandioca. Outros quatro projetos do PAA, de diferentes cooperativas, estão em execução no Acre na modalidade compra com doação simultânea, com investimentos de cerca de R$ 1,5 milhão.

O banco de alimentos de Rio Branco, que conta com a supervisão de técnicos da Companhia, é um dos principais polos de distribuição de alimentos adquiridos por meio do PAA. Os produtos  beneficiam escolas e unidades credenciadas na Secretaria de Assistência Social do município, permitindo, assim, maior agilidade e eficiência na distribuição dos alimentos.

Coordenado pelos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e do Desenvolvimento Agrário (MDA), o PAA foi criado em 2003 e, em âmbito nacional, é executado pela Conab. O Programa contempla famílias em situação de insegurança alimentar e garante renda para agricultores familiares em todo o país.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Leguminosas podem ajudar a combater as mudanças climáticas, a fome e a obesidade

Segundo a FAO, estes grãos fazem parte do legado ancestral agrícola da América Latina e do Caribe, fixam nitrogênio nos solos e possuem qualidades nutricionais únicas; 2016 foi declarado o Ano Internacional das Leguminosas.
Quando consumidas junto com cereais, as leguminosas formam uma proteína completa, que é mais barata que a proteína de origem animal – e, portanto, mais acessível às famílias com baixos recursos econômicos.
As Nações Unidas declararam 2016 como o Ano Internacional das Leguminosas em reconhecimento ao papel fundamental que as leguminosas têm na segurança alimentar e nutricional, na adaptação as mudanças climáticas, na saúde humana e nos solos.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), as leguminosas têm uma relevância importante para a América Latina e Caribe.
“A região é o centro de origem de muitas leguminosas. Fazem parte da nossa cultura ancestral e é uma pedra angular da nossa alimentação atual”, disse Raúl Benítez, representante regional da FAO.
Grande parte da produção de leguminosas na região está nas mãos de agricultores familiares que desempenham um papel importante no desenvolvimento rural, além do cultivo ajudar na mitigação das mudanças climáticas ao fixar nitrogênio no solo.
Segundo a FAO, potenciar a produção e o consumo de leguminosas é chave para enfrentar a crescente obesidade na região, que atinge em média 22% dos adultos, e a fome, que afeta a 34 milhões de homens, mulheres e crianças.
Feijão, lentilha, feijão-da-china (ou feijão-mungo), grão-de-bico e feijão azuki são alguns dos exemplos de leguminosos. O famoso arroz com feijão brasileiro é um dos pratos descritos pela FAO como exemplos de alimentação nutritiva (leia outros aqui).
Um alimento completo
As leguminosas são essenciais para uma alimentação saudável. Mesmo pequenas, estão repletas de proteínas, contendo o dobro do que tem no milho e três vezes mais que no arroz.
“Elas são uma fantástica fonte de proteína vegetal, tem baixo índice de gordura, são livres de colesterol e glúten e são ricas em minerais e vitaminas”, explicou Benítez.
Quando são consumidas junto com cereais formam uma proteína completa, que é mais barata que a proteína de origem animal – e, portanto, mais acessível às famílias com baixos recursos econômicos.
“Essa mistura é a base da dieta tradicional de muitos lugares da América Latina e Caribe, como o feijão com milho, ou o feijão com arroz que muitos de nós crescemos comendo”, apontou Benítez.
Alimento para as pessoas e para os solos
As leguminosas não só contribuem para uma alimentação saudável, mas também são uma fonte de renda para milhões de agricultores familiares, responsáveis pelos cultivos em alternância com outros cultivos pela capacidade de responder ao nitrogênio da terra, melhorando a sustentabilidade da produção.
As leguminosas são uma das poucas plantas capazes de fixar o nitrogênio atmosférico e convertê-lo em amônia, enriquecendo os solos, diferente da maioria das outras plantas que apenas absorvem o nitrogênio do solo e não o reincorporam.
Isso permite mitigar as mudanças climáticas já que é reduzido o uso de fertilizantes sintéticos, cuja fabricação envolve um consumo intensivo de energia, o que emite gases de efeito estufa na atmosfera.
As leguminosas também exercem um importante papel na geração de emprego na América Latina e Caribe, especialmente no setor da agricultura familiar, já que são um dos cultivos que se destacam nesse setor.
Um tesouro genético para futuras gerações
Segundo a FAO, a grande diversidade de feijões e de outras leguminosas da região representa um tesouro genético para criar novas variedades que podem ser necessárias para bater de frente com as mudanças climáticas.
“No entanto, em muitas comunidades essas variedades ancestrais estão se perdendo por causa da homogeneização global que privilegia apenas alguns cultivos e alimentos, desmerecendo outros”, alertou Benítez.
De acordo com a FAO, as dietas em âmbito global estão cada vez mais homogêneas e similares, e a alimentação global depende na maior parte do trigo, milho e soja, junto com a carne e os produtos lácteos.
Durante o Ano Internacional das Leguminosas, os países devem fazer um grande esforço para que este fenômeno seja revertido, resguardando a genética, a cultura associada e o saber dos povos indígenas que tem melhorado as leguminosas ao longo de centenas de anos na região.

Aliadas na luta contra a fome

De acordo com a FAO, a América Latina e Caribe não só tem o diferencial de ser a fonte originária do feijão e de outras leguminosas, como também se destaca por ser a que mais avanços foram feitos na luta contra a fome.
As leguminosas podem ser aliadas-chave para que a região alcance a ambiciosa meta de acabar com a fome em 2025, data assumida pelo principal acordo regional nesse tema, o Plano de Segurança Alimentar, Nutricional e Erradicação da Fome da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC).
“Durante este ano devemos celebrar os benefícios das leguminosas, reivindicar o seu papel na alimentação e nutrição e sua relevância no desenvolvimento rural e na mitigação das mudanças climáticas”, concluiu Benítez.
Acesse o site do Ano Internacional das Leguminosas: www.fao.org/pulses-2016/es

“PAA fortaleceu nosso Banco de Alimentos”

Foto: Ubirajara Machado/MDS
Brasília – Semanalmente, cerca de 30 toneladas de alimentos são distribuídos a mais de 11 mil famílias em situação de vulnerabilidade social em João Pessoa (PB). Elas são atendidas pelo Banco de Alimentos do município, que há oito anos trabalha para promover a segurança alimentar e nutricional daqueles que mais necessitam. Além dessas famílias, também são beneficiadas outras 6.500 pessoas em hospitais e asilos.
Segundo a coordenadora do Banco de Alimentos, Mariângela Pinto, 80% dos produtos vêm do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), executado pelo município há cinco anos, e que conta com a participação de cerca de 500 agricultores familiares. “O PAA veio para fortalecer a política de segurança alimentar e também o Banco de Alimentos. Antes, não estávamos conseguindo suprir toda a demanda de famílias cadastradas somente com os colaboradores”, reforça.
Além do PAA, o Banco de Alimentos também recebe produtos da “cadeia do desperdício”, abastecida pelas redes de atacado, supermercados, mercado público e dos próprios agricultores. Esses alimentos são aqueles que perdem o valor comercial, mas não nutricional. “Nossa equipe técnica formada por nutricionista e assistente social recebe e faz a seleção desses alimentos que provavelmente iriam para o lixo”, acrescenta.
O município atende 109 entidades beneficiárias. Para Mariângela, o trabalho da assistência social é fundamental na identificação das pessoas em situação de vulnerabilidade que mais necessitam dos alimentos. “A assistente social vai a loco para checar a necessidade de determinada comunidade, porque os vulneráveis têm prioridade para receber os alimentos”.
A coordenadora destaca ainda a importância do planejamento para atender toda a demanda. Segundo Mariângela, o diferencial do Banco de Alimentos de João Pessoa está na gestão. Planilhas são usadas para organizar a quantidade e variedade dos produtos que recebem. “Isso facilita o trabalho porque a agricultura familiar tem uma característica muito dinâmica e imediata. Por conta disso precisamos ter uma estratégia flexível para ambos os lados darem certo”.
Os alimentos distribuídos são variados, como macaxeira, inhame, batata doce, feijão verde, e frutas. “Somos o elo entre o produtor e o consumidor. A importância do Banco é identificar o público prioritário e dar segurança a eles, inserindo-os na política de segurança alimentar”, conclui.
Mostra – A estratégia de João Pessoa “Ferramentas de gestão de Banco de Alimentos: um estudo de caso do município de João Pessoa/PB” foi uma das 12 selecionadas para participar da I Mostra de Experiências de Bancos de Alimentos, que será realizada nos dias 5 e 6 de maio, em Brasília. O evento também terá a apresentação em pôster de outros 100 trabalhos.
As inscrições para participar da Mostra estão abertas e podem ser feitas aqui. O evento, realizado pelo MDS em parceria com outras instituições, tem como objetivo promover o compartilhamento de experiências e vivências do trabalho nos Bancos de Alimentos.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Município alagoano vai adquirir 26 toneladas de alimentos da agricultura familiar

Foto: Ana Nascimento/MDS
Brasília – A prefeitura de Messias (AL), município localizado a 45 quilômetros de Maceió, está com chamada pública aberta para a compra de alimentos da agricultura familiar. Até o próximo dia 20, agricultores, cooperativas e associações podem encaminhar propostas para participar da seleção. No total, serão adquiridas mais de 26 toneladas de alimentos por meio da modalidade Compra Institucional do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). 
Os produtos – grãos, hortaliças, frutas e legumes entre outros – vão abastecer, até o final do ano, as unidades de saúde do município e o Centro de Referência de Assistência Social (Cras). O investimento previsto para a compra é de aproximadamente R$ 164 mil. 
A documentação deve ser entregue, no período da manhã, na sede administrativa da prefeitura, que fica na Rua Elpídio Cavalcante Lins no Centro da cidade alagoana. A entrega dos alimentos já começa em maio. Podem participar da chamada pública, organizações e associações de agricultores familiares, de povos tradicionais e de famílias vinculadas a assentamentos da reforma agrária que possuam Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). 
Em 2013, Viçosa (AL) foi a primeira prefeitura do país a aderir à modalidade do PAA. Em todo Brasil, 10 prefeituras já realizaram 16 chamadas públicas para adquirir alimentos da agricultura familiar neste formato, com investimento total de R$ 3 milhões.
O diretor de Apoio à Aquisição e à Comercialização da Produção Familiar do MDS, André Grossi Machado, explica que a modalidade Compra Institucional simplificou o sistema de compras, e possibilitou o desenvolvimento da economia regional. “A economia fica mais dinâmica, pois quem está mais próximo da demanda pode garantir melhores preços e mais qualidade, com um custo menor”, afirmou. “As compras por meio desta modalidade possibilitam a valorização dos alimentos e da produção local, dando espaço para uma alimentação mais natural.”

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Paraíba reúne municípios do Agreste para discutir Segurança Alimentar e Nutricional


Foto: Alberto Machado
A capacitação reuniu aproximadamente 35 municípios do Agreste paraibano. Gestores públicos e representantes de diversos movimentos sociais do campo e entidades do terceiro setor participaram das atividades voltadas para a criação do Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional da Paraíba.
O evento é promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano e da Secretaria Executiva de Segurança Alimentar e Economia Solidária, em parceria com o Centro de Ação Cultural (Centrac), Câmara Intersecretarial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) e Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea).
O plano é elaborado pela Câmara Intersecretarial de Segurança Alimentar e Nutricional da Paraíba (Caisan) que é composta por 19 por órgãos do Governo, e pelo Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e vai trazer ações para diferentes secretarias e para a sociedade.
São oficinas que trazem desafios como a formação do público sobre o tema, sensibilização dos gestores, sistematização do processo de consulta e análise das regiões com o objetivo de levantar propostas para a formação do Plano.
A Coordenadora Institucional do Centrac, Maria do Socorro de Oliveira, comentou que a participação de todos é fundamental para a consolidação do Plano. “É um grande desafio, mas acreditamos que com a conquista oficial desse Plano, muitas ações serão executadas. Ele pode não atender a todos os anseios de tudo que está sendo proposto, mas, que ele seja possível e real”, avaliou.
Para a agricultora Luzia Bezerra da Silva, do município de Itatuba, a oficina é importante para a comunidade. “Está sendo muito produtivo e acredito que as comunidades que têm interesse em crescer vão tirar proveito do que foi apresentado aqui”, destacou.
Já o gestor do Programa Nacional de Alimentação Escolar PNae da 3ª Região), Luiz Auriclelson, a oficina fortalece o êxito rural. “Quando o agricultor que está lá plantando começa a ter conhecimento dessas políticas, ele vai permanecer lá desenvolvendo sua terra”, enfatizou.
A secretária Executiva de Segurança Alimentar e Economia Solidária, Ana Paula Almeida, destacou as demandas apresentadas na Oficina pelo poder público municipal, “O poder público municipal está apresentando demandas, e ao mesmo tempo, a gente reflete sobre as ações existentes nos municípios e nas entidades da sociedade civil, então esses dois dias são espaços para proposição e diálogos para a elaboração do Plano Estadual”, avaliou.

Lei que insere alimentos orgânicos nas escolas municipais é regulamentada na cidade de São Paulo


“A regulamentação da lei vai fazer muito bem para todo mundo. A começar pelas crianças e jovens com acesso a escola pública. Por que quando São Paulo faz, ela prova que é possível e prova que pode ter escala. E não é para ter medo de mudar. Dá para mudar. Então isso certamente vai acabar sendo assimilado Brasil afora como um gesto importante. Que dialoga com a demanda social, por qualidade de vida, e com a demanda ambiental. Então é um ganho fundamental”, disse o prefeito Fernando Haddad.

FOTOS: Cesar Ogata/SECOM
Com intuito de melhorar a qualidade das refeições servidas às crianças nas escolas, o prefeito Fernando Haddad regulamentou na manhã dessa terça-feira (05/04), a Lei 16.140, que torna obrigatória a inclusão de alimentos orgânicos ou de base agroecológica na alimentação escolar, no sistema municipal de ensino de São Paulo.
A partir dessa lei, a Prefeitura de São Paulo passa a dar prioridade a produtos orgânicos para a alimentação das escolas municipais.
"É muito importante esse diálogo da saúde com a educação. Essa preocupação que nós temos de que a alimentação escolar possa de fato desenvolver hábitos corretos na vida de uma criança. O significado disso é essencial na vida de uma pessoa. A nossa grande preocupação é que as crianças tenham uma alimentação saudável. Que ela aprenda a comer coisas que possam fazer bem para a vida dela, para a saúde dela, para sua história. O que investimos em uma alimentação saudável a gente economiza em medicamentos, em problemas com saúde.”, disse o secretário Gabriel Chalita (Educação).
Na atual gestão, 27% dos recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) já são investidos em produtos da agricultura familiar na educação municipal – até 2012, esse investimento era de apenas 1%. Para incentivar ainda mais o desenvolvimento da agricultura familiar, o novo Plano Diretor também demarcou uma zona rural na cidade, em especial na região sul, em Parelheiros.
Com a regulamentação da Lei 16.140, a Prefeitura espera alcançar a meta de 30% dos alimentos serem de origem da agricultura familiar – conforme previsto na Lei Federal 11.326 de 2006 – e também fazer a implementação gradativa de alimentos orgânicos ou a base agroecológica no cardápio da rede.
Programa na “Mesma Mesa”Além dessa lei, a Prefeitura de São Paulo também lançou no ano passado o Programa na “Mesma Mesa”, que promove hábitos alimentares saudáveis nas escolas municipais a partir de uma interação mais próxima entre alunos e professores no momento da refeição. O objetivo do programa é que os alunos façam suas refeições ao lado dos professores, aprendendo a importância da alimentação saudável e levando as práticas para dentro de suas casas.
“Na minha profissão, a questão da alimentação, dos distúrbios alimentares se faz muito presente na boca da criança muito cedo. A criança pode perder a saúde bucal muito cedo perante desequilíbrios alimentares. Fundamentalmente, são os hábitos alimentares que a gente tem desde cedo que vão determinar a nossa saúde. Então, os avanços da atual gestão no sentido de procurar melhorar a saúde das crianças e dos jovens é fruto de uma trajetória, que é ousada, determinada e sem precedentes nessa cidade”, disse a primeira-dama e Coordenadora da São Paulo Carinhosa, Ana Estela Haddad.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Diversidade de sabores e aromas do país será destaque em Olimpíadas


A Campanha desenvolve ações de incentivo ao consumo de produtos saudáveis, entre as quais as atividades promovidas durante a Copa do Mundo de Futebol
Foto: Ana Nascimento/MDS


 “O cidadão que vai estar na cidade do Rio de Janeiro nestes dias, seja o turista, o atleta ou o próprio carioca, vai ter a oportunidade de conhecer produtos de todos os biomas”, afirma o secretário. “É uma grande oportunidade de mostrar um Brasil que produz alimentos de qualidade, saudáveis, sustentáveis para um grande mercado consumidor, que é o Rio de Janeiro, em uma grande vitrine, que são as Olimpíadas.”
Brasília – A campanha Brasil Saudável e Sustentável, voltada ao consumo consciente de alimentos, levará para o Rio de Janeiro, durante os Jogos Olímpicos, 45 empreendimentos da agricultura familiar que comercialização seus produtos diretamente ao consumidor. Será mais uma oportunidade de visitantes e moradores conhecerem a diversidade de sabores e aromas brasileiros e um estímulo ao consumo de alimentos saudáveis e sustentáveis.         
Os empreendimentos estarão distribuídos em quatro espaços, chamados de Praças Brasil Saudável e Sustentável, compostas por dois estandes e uma área de convivência para o público desfrutar dos produtos. As estruturas funcionarão entre os dias 5 e 14 de agosto e serão montadas em locais estratégicos da capital fluminense.
“Estamos fechando os últimos detalhes desta ação junto à Prefeitura do Rio. Mas o consumidor já pode ter certeza de que serão locais de fácil acesso, de preferência sempre próximos a estações de metrô ou pontos turísticos da cidade”, explica o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Arnoldo de Campos.
Há produtos vindos da Amazônia, do Cerrado, da Caatinga, da Mata Atlântica, do Pampa, do Pantanal, ou seja, de todos os biomas e regiões do país. A ideia é mostrar a diversidade de sabores, odores e culturas e, consequentemente, enriquecer o ambiente deste importante evento esportivo.
O projeto também é uma possibilidade para o agricultor familiar conquistar novos clientes no Brasil e até fora dele. O presidente da Associação Agropecuária Barra Grande de Caconde (SP), Odécio Fernando de Faria, lembra que a cidade do interior paulista é essencialmente agrícola e vive basicamente da produção familiar. A associação foi um dos empreendimentos selecionados para participar das Praças Brasil Saudável e Sustentável.
Faria afirma que participar de grandes eventos, como os Jogos Olímpicos, abre a oportunidade de os produtos locais serem conhecidos no exterior. Hoje, o grande cliente da associação é o governo, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Ele explicou que o objetivo é aumentar a clientela interna e externa.
“São grandes as expectativas para as Olimpíadas. O pessoal está bastante animado, cada um preparando os seus produtos, para que a gente represente bem a nossa região, com café de qualidade e banana”, diz. Normalmente a cooperativa comercializa o café verde. Mas, nas quatro praças que serão montadas na cidade durante o evento esportivo, levarão o produto torrado e moído, empacotado. Quanto à banana, será comercializada do tipo passa.
Recentemente, os agricultores da associação participaram de eventos em Belo Horizonte e em São Paulo, com o objetivo de apresentar o produto produzido pelos cerca de 160 associados a novos clientes. Agora eles se preparam para uma viagem ao exterior para participar da Expo in Atlanta, promovida pela Speciality Coffee Association of America (SCAA), que será realizada de 14 a 17 de abril. “No ano passado a gente vendeu para o exterior, mas por meio de corretora”, conta. A operação encarece o custo para o produtor, uma vez que há taxa de corretagem. “O objetivo agora é tentar vender diretamente.”

Ministra convoca sociedade a reforçar avanços das políticas de segurança alimentar

Brasília - O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) é um instrumento essencial na elaboração de políticas públicas que garantam o direito de todos os brasileiros a uma alimentação adequada. “O Consea tem o mais amplo espectro de construção de políticas públicas, porque não é um conselho setorial. Temos 14 anos de construção de ações que não são simples”, afirmou, nesta quarta-feira (30), a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.
Durante reunião plenária do Conselho, ela manifestou a importância do papel da sociedade para a manutenção dos avanços conquistados nos últimos anos. “Queremos continuar com o Programa de Aquisição de Alimentos, com o programa de cisternas, financiando a agricultura familiar, ampliando a renda da população e produzindo alimentos saudáveis. Temos que fazer uma disputa de projeto.”
Para a presidenta do Consea, Maria Emília Pacheco, a participação da sociedade civil na discussão é fundamental. “O Conselho tem uma representação diversa da sociedade brasileira e tem uma correspondência com o significado que tem a soberania alimentar traduzida nas políticas públicas. Então, sem espaços dessa natureza para discutir as metas e desafios, o Estado ficaria de costas para a sociedade.”
PlanSAN - O secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Arnoldo de Campos, apresentou os novos desafios que vão compor o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PlanSAN), com vigência até 2019. “Evoluímos muito no último período. Agora estamos atualizando a nossa estratégia para continuarmos combatendo a fome, mas enfrentando novos desafios. O Brasil é um país que cada vez mais tem pessoas acima do peso, com obesidade e com doenças decorrentes da má alimentação.”
Entre as principais demandas que farão parte do documento, previsto para ser lançado em maio, está o enfrentamento à obesidade, o combate à insegurança alimentar e nutricional de grupos populacionais específicos, como quilombolas e indígenas, e a ampliação da produção, do abastecimento e do consumo de alimentos saudáveis. A redução da pobreza e a ampliação do acesso à água, a consolidação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) e a promoção de um maior diálogo internacional, também estão na pauta.

Base Fluvial em Mato Grosso do Sul vai comprar alimentos da agricultura familiar

Brasília - A Base Fluvial de Ladário (MS), ligada à Marinha do Brasil, abriu chamada pública para a compra de 41 toneladas de alimentos da agricultura familiar por meio da modalidade Compra Institucional do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). As organizações e os agricultores familiares têm até dia 20 de abril para apresentar propostas de venda de verduras, legumes, hortaliças e frutas. No total, a Marinha prevê investir R$ 346 mil para o abastecimento dos restaurantes da Base Fluvial até o final do ano. A entrega dos alimentos já começa em abril.
A prioridade de compra será para organizações da agricultura familiar, de mulheres e para produção de orgânicos. Os interessados devem solicitar a chamada pública, apresentar a documentação para habilitação e a proposta de venda na Divisão de Obtenção da Base Fluvial de Ladário, localizada na Avenida 14 de Março, s/n, no Centro de Ladário. Podem participar da chamada pública, organizações e associações de agricultores familiares, de povos tradicionais e de famílias vinculadas a assentamentos da reforma agrária que possuam Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP).
O Ministério da Defesa compra alimentos da agricultura familiar desde 2014. Até o final do ano passado, o órgão realizou quatro chamadas públicas para compra de alimentos na modalidade Compra Institucional. Foi adquirida 1,2 tonelada de legumes, verduras e folhagens de 10 cooperativas e cinco agricultores individuais, para suprir parte da demanda dos três restaurantes na Esplanada dos Ministérios e em Unidades das Forças Armadas. O investimento total foi de R$ 5,3 milhões.
Desde janeiro de 2016, todos os órgãos da administração pública federal estão obrigados – por meio de decreto presidencial - a adquirir ao menos 30% de gêneros alimentícios de agricultores familiares e suas organizações. O diretor de Apoio à Aquisição e à Comercialização da Produção Familiar do MDS, André Grossi Machado, explica que a modalidade do PAA simplificou o sistema de compras, e possibilitou o desenvolvimento da economia regional. “A economia fica mais dinâmica, pois quem está mais próximo da demanda pode garantir melhores preços e mais qualidade, com um custo menor”, afirma. "As compras por meio desta modalidade possibilitam a valorização dos alimentos e da produção local, dando espaço para uma alimentação mais natural."

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Rede Alimenta

Conquistas da Democracia


Neste 31 de março, data em que o Brasil completa 52 anos da destituição do governo democrático de João Goulart e que instaurou no Brasil mais de 20 de ditadura, a Rede @limenta convida seus leitores para uma reflexão a respeito das conquistas da democracia, em particular, no campo da Segurança Alimentar e Nutricional, talvez uma das áreas que mais avançou com o fim do regime de exceção.

A saída do Brasil do Mapa da Fome das Nações Unidas é um dos grandes marcos desse novo período. Não fosse a democracia e, com ela, as liberdades individuais, de organização e de participação social, talvez a fome ainda fosse uma marca ? tão negativa ? d a história atual do País.

Um dos exemplos do compromisso recente do Estado Brasileiro contra a fome foram as lutas sociais, lideradas por Herbert de Souza, o Betinho, que organizou a Ação pela Cidadania Contra a Fome, junto com diversas entidades e movimentos sociais. Boa parte do que se transformou posteriormente no Programa Fome Zero teve origem nessa iniciativa popular, que se irradiou por todo o país, fazendo com que os governos assumissem também essa bandeira.

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