Brasília - O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (Consea) é um instrumento essencial na elaboração de
políticas públicas que garantam o direito de todos os brasileiros a uma
alimentação adequada. “O Consea tem o mais amplo espectro de construção
de políticas públicas, porque não é um conselho setorial. Temos 14 anos
de construção de ações que não são simples”, afirmou, nesta quarta-feira
(30), a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza
Campello.
Durante reunião plenária do Conselho, ela manifestou a importância do
papel da sociedade para a manutenção dos avanços conquistados nos
últimos anos. “Queremos continuar com o Programa de Aquisição de
Alimentos, com o programa de cisternas, financiando a agricultura
familiar, ampliando a renda da população e produzindo alimentos
saudáveis. Temos que fazer uma disputa de projeto.”
Para a presidenta do Consea, Maria Emília Pacheco, a participação da
sociedade civil na discussão é fundamental. “O Conselho tem uma
representação diversa da sociedade brasileira e tem uma correspondência
com o significado que tem a soberania alimentar traduzida nas políticas
públicas. Então, sem espaços dessa natureza para discutir as metas e
desafios, o Estado ficaria de costas para a sociedade.”
PlanSAN - O secretário nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
(MDS), Arnoldo de Campos, apresentou os novos desafios que vão compor o
Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PlanSAN), com
vigência até 2019. “Evoluímos muito no último período. Agora estamos
atualizando a nossa estratégia para continuarmos combatendo a fome, mas
enfrentando novos desafios. O Brasil é um país que cada vez mais tem
pessoas acima do peso, com obesidade e com doenças decorrentes da má
alimentação.”
Entre as principais demandas que farão parte do documento, previsto
para ser lançado em maio, está o enfrentamento à obesidade, o combate à
insegurança alimentar e nutricional de grupos populacionais específicos,
como quilombolas e indígenas, e a ampliação da produção, do
abastecimento e do consumo de alimentos saudáveis. A redução da pobreza e
a ampliação do acesso à água, a consolidação do Sistema Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) e a promoção de um maior
diálogo internacional, também estão na pauta.