terça-feira, 1 de novembro de 2016

MDSA aperfeiçoará programas sociais em 167 municípios em insegurança alimentar

Brasília – O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) aperfeiçoará os programas sociais em 167 municípios identificados com vulnerabilidade muito alta de insegurança alimentar e nutricional. Desses, 66 (39,5%) são da região Norte, 53 (31,7%) do Nordeste, 28 (16,8%) do Sul, 12 (7,2%) do Sudeste e 8 (4,8%) do Centro-Oeste, segundo o estudo Mapeamento da Insegurança Alimentar e Nutricional a partir da análise do Cadastro Único e do Sisvan (Sistema de Vigilância Alimentar Nutricional). 
“Esses municípios terão prioridade no acesso às políticas públicas do governo federal, como as ações de acesso à água, de inclusão produtiva rural e de fortalecimento da agricultura familiar. Além disso, vamos incrementar as ações, avaliar as que já existem e melhorar os índices para que a população que mais precisa possa ter acesso à alimentação adequada”, destaca o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDSA, Caio Rocha. 
De acordo com o secretário, a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) reforçará a importância da atuação integrada entre governo federal, estados e municípios para ampliar as condições de acesso da população mais vulnerável à alimentação adequada. A câmara reúne 20 ministérios e é responsável pela coordenação e pelo monitoramento intersetorial das políticas públicas de segurança alimentar e nutricional. 
Entres os compromissos assumidos pela Caisan no Plano Plurianual (PPA) e no segundo Plano Nacional de Segurança Alimentar (Plansan) estão a redução em 25% a desnutrição em crianças indígenas e 20% em crianças quilombolas. 
Vulnerabilidade - O estudo apresenta um mapeamento das famílias incluídas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e considera como variável principal o índice de desnutrição de crianças menores de 5 anos acompanhadas pelas condicionalidades de saúde do Bolsa Família. O recorte priorizou territórios onde residem grupos de populações tradicionais e específicas. 
O mapeamento avaliou 3,6 milhões de crianças menores de 5 anos beneficiárias do Bolsa Família. A análise calculou o déficit de altura para idade e peso para idade para cada município brasileiro. 
Os dados mostraram que os municípios analisados têm em média 33,2% de crianças com déficit de altura para a idade e 10,7% de déficit de peso para a idade – 4,9 e 6 vezes maior, respectivamente, que a média nacional (6,8% e 1,8%). 
Para a diretora de Estruturação e Integração de Sistemas Públicos Agroalimentares do MDSA, Patrícia Gentil, os gestores públicos têm que ter um olhar mais refinado para as políticas de segurança alimentar e nutricional. “Não podemos levar em conta só a renda das famílias. Precisamos de ações mais focalizadas e específicas nos territórios mais vulneráveis”, ressaltou.