Brasília – O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário
(MDSA) aperfeiçoará os programas sociais em 167 municípios identificados
com vulnerabilidade muito alta de insegurança alimentar e nutricional.
Desses, 66 (39,5%) são da região Norte, 53 (31,7%) do Nordeste, 28
(16,8%) do Sul, 12 (7,2%) do Sudeste e 8 (4,8%) do Centro-Oeste, segundo
o estudo Mapeamento da Insegurança Alimentar e Nutricional a partir
da análise do Cadastro Único e do Sisvan (Sistema de Vigilância
Alimentar Nutricional).
“Esses municípios terão prioridade no acesso às políticas públicas do
governo federal, como as ações de acesso à água, de inclusão produtiva
rural e de fortalecimento da agricultura familiar. Além disso, vamos
incrementar as ações, avaliar as que já existem e melhorar os índices
para que a população que mais precisa possa ter acesso à alimentação
adequada”, destaca o secretário nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional do MDSA, Caio Rocha.
De acordo com o secretário, a Câmara Interministerial de Segurança
Alimentar e Nutricional (Caisan) reforçará a importância da atuação
integrada entre governo federal, estados e municípios para ampliar as
condições de acesso da população mais vulnerável à alimentação adequada. A
câmara reúne 20 ministérios e é responsável pela coordenação e pelo
monitoramento intersetorial das políticas públicas de segurança
alimentar e nutricional.
Entres os compromissos assumidos pela Caisan no Plano Plurianual
(PPA) e no segundo Plano Nacional de Segurança Alimentar (Plansan) estão
a redução em 25% a desnutrição em crianças indígenas e 20% em crianças
quilombolas.
Vulnerabilidade - O estudo apresenta um mapeamento das
famílias incluídas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo
Federal e considera como variável principal o índice de desnutrição de
crianças menores de 5 anos acompanhadas pelas condicionalidades de saúde
do Bolsa Família. O recorte priorizou territórios onde residem grupos
de populações tradicionais e específicas.
O mapeamento avaliou 3,6 milhões de crianças menores de 5 anos
beneficiárias do Bolsa Família. A análise calculou o déficit de altura
para idade e peso para idade para cada município brasileiro.
Os dados mostraram que os municípios analisados têm em média 33,2% de
crianças com déficit de altura para a idade e 10,7% de déficit de peso
para a idade – 4,9 e 6 vezes maior, respectivamente, que a média
nacional (6,8% e 1,8%).
Para a diretora de Estruturação e Integração de Sistemas Públicos
Agroalimentares do MDSA, Patrícia Gentil, os gestores públicos têm que
ter um olhar mais refinado para as políticas de segurança alimentar e
nutricional. “Não podemos levar em conta só a renda das famílias.
Precisamos de ações mais focalizadas e específicas nos territórios mais
vulneráveis”, ressaltou.