Brasília – Ao participar da 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional,
a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello,
lembrou que o Brasil viveu a situação da fome por mais de 500 anos e
que, graças a um conjunto de políticas públicas, saiu do Mapa Mundial da
Fome, em 2014.
“Muitos diziam que a fome era parte da realidade brasileira, mas
nunca aceitamos esse discurso. Sair do Mapa da Fome é uma grande vitória
e mostra o empenho do governo e da sociedade civil para construir uma
nova agenda”, destacou ela, referindo-se à importância da participação
social.
Tereza Campello disse ainda que a recriação do Conselho Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), em 2004, também foi
fundamental para que o Brasil saísse do Mapa da Fome. “A recriação do
Consea trouxe de volta ao debate o tema segurança alimentar. Isso é
fruto da participação social e de um governo que ouviu os movimentos e
resolveu construir políticas públicas estruturantes”, acrescentou.
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Acesse a galeria de imagens da 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e NutricionalConfira a apresentação da ministra Tereza Campello
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A ministra explicou que o Brasil conseguiu reduzir o percentual da
população em situação de fome de 10%, em 2002, para 1,7%, em 2014.
Segundo ela, entre os desafios estão “a necessidade de um olhar mais
específico para uma parte da população que ainda se encontra em situação
de insegurança alimentar”. “O país ainda tem um grande desafio pela
frente: reduzir a insegurança alimentar de povos e comunidades
tradicionais.”
Os avanços, disse ela, devem ser comemorados e a conferência deve ser
vista como um “piso” para que o país possa avançar mais. “Essa
conferência, além de afirmar as conquistas, tem que nortear o futuro,
para que possamos fazer mais nos próximos 10 anos. Agora temos que ter
um olho no futuro, vigilante, porque as conquistas sociais no Brasil
estão em risco. Não aceitamos retroceder.”
Ações - Tereza Campello apresentou um balanço dos últimos 12
anos e falou das políticas de combate à pobreza e à fome, da melhoria da
renda da população – resultado da geração de empregos, do aumento do
salário mínimo e de um programa de transferência de renda condicionada
(Bolsa Família) –, do fortalecimento da agricultura familiar e da
merenda escolar.
“Aumentamos a disponibilidade de alimentos com o fortalecimento da
agricultura familiar porque são os agricultores quem produzem comida de
verdade.” Além dessas políticas, a ministra destacou a importância das
compras públicas da agricultura familiar e lembrou que o país tem hoje
um mercado potencial para compra de mais de R$ 1,4 bilhão. “Nossa
agricultura tem muito para vender e as compras públicas são uma esteira
para fortalecer o agricultor familiar”, acrescentou.
Segundo Tereza, o Programa Água para Todos é outra estratégia que
contribuiu para que o país reduzisse a situação de fome. Em todo o
Semiárido, já são de 1,2 milhão de cisternas construídas. Com o acesso à
água, as famílias mais pobres tiveram a oportunidade de produzir mais e
vender o excedente.
Outro projeto importante, disse ela, é o Banco Comunitário de
Sementes, que garante o acesso a sementes sem modificações genéticas e
com maior produtividade. Serão 640 unidades no Semiárido. A estratégia
vai beneficiar pelo menos 12,8 mil famílias rurais que fazem parte do
Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. “O Brasil
precisa aumentar a produção e oferta de sementes crioulas. Estamos
comprando sementes, mas precisamos do engajamento dos estados e
municípios nessa agenda.”
A 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
começou nesta terça (3) e segue até sexta-feira (6), no Centro de
Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, com a presença de cerca de 2
mil pessoas, entre delegados, convidados, representantes da sociedade
civil e observadores internacionais.