terça-feira, 25 de outubro de 2016

Plataforma de pesquisa ampliará cooperação em agricultura e segurança alimentar no Brics

Na Declaração e Plano de Ação de Goa, países do Brics enfatizaram importância de assegurar segurança alimentar de seus povos e buscar soluções para má-nutrição, eliminando a fome, desigualdade e a pobreza por meio do aumento da produção agrícola, sustentabilidade, gerenciamento sustentável de recursos naturais e do comércio em agricultura. Imagem: Min.Rel.Exteriores da Índia
Na Declaração e Plano de Ação de Goa, países do Brics enfatizaram importância de assegurar segurança alimentar de seus povos e buscar soluções para má-nutrição, eliminando a fome, desigualdade e a pobreza por meio do aumento da produção agrícola, sustentabilidade, gerenciamento sustentável de recursos naturais e do comércio em agricultura. Imagem: Min.Rel.Exteriores da Índia
Os países dos Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – assinaram nesta semana, durante a 8ª reunião de Cúpula do bloco, três acordos: nas áreas de agricultura (que inclui a segurança alimentar); formação de diplomatas; e agilização das aduanas. O objetivo é estimular o crescimento econômico com sustentabilidade na região. O encontro foi realizado na cidade de Goa (Índia).
No documento Declaração e Plano de Ação de Goa, divulgado no encerramento do encontro, em 16 de outubro, os países saudaram os resultados da reunião de ministros da Agricultura do bloco, realizada em de setembro de 2016, e enfatizaram a importância de assegurar a segurança alimentar de seus povos e buscar soluções para a má-nutrição, eliminando a fome, a desigualdade e a pobreza, por meio do aumento da produção agrícola, produtividade, sustentabilidade, gerenciamento sustentável dos recursos naturais e do comércio em agricultura entre os países do Brics.
Segundo o primeiro-ministro da India, Radha Mohan Singh, o desenvolvimento desigual, a insegurança alimentar e energética, a erradicação da pobreza, o impacto das mudanças climáticas e as crescentes ameaças representadas pelo terrorismo e pelo crime transnacional definem as prioridades de governança do grupo. .
Em reunião preparatória realizada em junho deste ano, em Nova Délhi, o Brasil sugeriu a criação de uma rede dos Brics para pesquisa em agricultura e alimentação, que recebeu apoio das delegações russa, chinesa e sul-africana. A proposta é criar uma bio plataforma conjunta, uma espécie de centro de pesquisa agrícola, para desenvolver modelos de agricultura sustentável.
A previsão, segundo afirmou o ministro indiano Radha Mohan Singh, durante o encontro de Goa, é de que os países-membros assinem um memorando de entendimento para criação do centro já no próximo mês. A estrutura definitiva deve ser estabelecida até 2021.
Os integrantes do bloco dos emergentes representam 45% da produção agrícola global e são os principais fornecedores de alimentos para o mercado mundial. “Como líderes mundiais na produção agrícola e pátrias de grandes populações, enfatizamos a importância da cooperação dos Brics em agricultura”, afirmaram os governantes presentes ao encontro, na Declaração e Plano de Goa. “Reconhecemos a importância da agricultura baseada na ciência e da implantação de tecnologias de informação e comunicação (TIC).
Com base nessas premissas, a plataforma deve funcionar como um centro virtual para promoção de segurança alimentar, desenvolvimento agrário sustentável e redução da pobreza por meio da cooperação estratégica entre os países. Também poderá funcionar como um fórum para acadêmicos, pesquisadores e estudantes dos Brics,
A ideia, segundo os proponentes, é trabalhar com base em ciência da agricultura, políticas públicas e transferência de tecnologia, além de fornecer treinamento e capacitação e compartilhar informações científicas.
Na organização da plataforma, India e Rússia poderiam elaborar um relatório sobre atual estado do comércio e do investimento internacional. Enquanto a China ficaria encarregada de produzir uma base de dados agrícola dos Brics. E o Brasil ficaria responsável por pesquisas sobre segurança alimentar para pessoas mais vulneráveis, e a África do Sul estudará estratégias diante de mudanças climáticas.
O aumento de agroinvestimentos em ambos os setores público e privado, a proteção a pequenos agricultores, a injeção de recursos para infraestrutura de abastecimento de água e o uso de tecnologias de comunicação de TI foram pontos de destaque em um comunicado conjunto divulgado ao fim do evento.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em 2015, os países do Brics contabilizaram um PIB nominal de US$ 16,92 trilhões, o equivalente a 23,1% do PIB mundial. Entre 2006 e 2015, o comércio intrabloco aumentou 163%, de US$ 93 bilhões para US$ 244 bilhões. No mesmo período, a exportação brasileira para os outros membros do Brics aumentou 202%, passando de US$ 14,25 bilhões para US$ 45,05 bilhões.
O Brasil é o principal parceiro comercial da Índia na América Latina. Em 2015, o intercâmbio comercial bilateral foi de US$ 7,9 bilhões, após atingir volume recorde de US$ 11,42 bilhões em 2014.
Fonte: Consea com informações do Itamaraty e do Ministério de Relações Exteriores da Índia