terça-feira, 25 de outubro de 2016

Conhecer populações vulneráveis e buscar soluções de segurança alimentar é desafio da ciência

Conselheira defendeu que políticas públicas de segurança alimentar e nutricional sejam ampliadas para proteger populações vulneráveis, como comunidades tradicionais indígenas e quilombolas e pessoas em extrema pobreza. Imagem: MCTI
Conselheira defendeu que políticas públicas de segurança alimentar e nutricional sejam ampliadas para proteger populações vulneráveis, como comunidades tradicionais indígenas e quilombolas e pessoas em extrema pobreza. Imagem: MCTI
Um dos atuais desafios da ciência está em conhecer as populações vulneráveis de perto para pensar em novas soluções, promover estudos sobre a segurança alimentar e participar na elaboração de iniciativas de proteção social. A afirmação foi feita pela pesquisadora Daniela Frozi, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e integrante do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Ela participou de palestra na terça-feira (18), que abriu a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada de 17 a 23 de outubro, em todo o país.
O evento faz parte do ciclo de seminários promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em Brasília (DF), durante a semana. A conselheira defendeu ainda que as políticas públicas de segurança alimentar e nutricional sejam ampliadas para proteger as populações vulneráveis, como comunidades tradicionais indígenas e quilombolas e pessoas em extrema pobreza.
A segurança alimentar e nutricional pode ser definida como o direito ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade sem comprometer outras necessidades básicas. No entanto, a desigualdade social resulta em dois quadros distintos que atingem a população de baixa renda e escolaridade: a desnutrição, pelo consumo insuficiente de alimentos, ou a obesidade, devido à ingestão de produtos de alto valor energético.
Em sua fala, Frozi acrescentou "hoje temos um Sistema Nacional de Segurança Alimentar Nutricional (Sisan) que reúne ações e programas como restaurantes comunitários, bancos de alimentos, cozinhas comunitárias, programas de alimentação escolar, aquisição de alimentos e apoio à alimentação saudável. Mas o principal desafio do Brasil é que as políticas públicas avancem – tanto do ponto de vista do orçamento público quanto no avanço da tecnologia".
Na oportunidade, a representante da Coordenação-Geral de Pesquisa e Desenvolvimento da Segurança Alimentar e Nutricional do MCTIC, Janesca Roman, ressaltou que o ministério já investiu mais de R$ 200 milhões em editais de pesquisa nessa área. "Desde 2003, nós lançamos mais de 26 chamadas públicas de forma interministerial contemplando mais de mil projetos na área de segurança alimentar e nutricional, envolvendo mais de R$ 200 milhões", informou.
Perfil
Daniela Frozi é graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Alimentos e Nutrição pela Universidade Estadual de Campinas e doutora em Ciências da Nutrição pela UFRJ. Também é membro titular do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), órgão consultivo que assessora a Presidência da República.
Ciclo de palestras
Até sexta (21), o MCTIC realiza um ciclo de seminários em torno do tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2016 e de questões como tecnologias da informação e infraestrutura de institutos de pesquisa. A programação inclui palestras de especialistas da Embrapa, da Fiocruz, da IBM e do próprio ministério.
Fonte: MCTIC