Conselheira defendeu que políticas públicas de segurança alimentar e nutricional sejam ampliadas para proteger populações vulneráveis, como comunidades tradicionais indígenas e quilombolas e pessoas em extrema pobreza. Imagem: MCTI |
Um dos atuais desafios da ciência está em
conhecer as populações vulneráveis de perto para pensar em novas
soluções, promover estudos sobre a segurança alimentar e participar na
elaboração de iniciativas de proteção social. A afirmação foi feita pela
pesquisadora Daniela Frozi, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e
integrante do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
(Consea). Ela participou de palestra na terça-feira (18), que abriu a
13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada de 17 a 23
de outubro, em todo o país.
O evento faz parte do ciclo de seminários promovido pelo Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em Brasília
(DF), durante a semana. A conselheira defendeu ainda que as políticas
públicas de segurança alimentar e nutricional sejam ampliadas para
proteger as populações vulneráveis, como comunidades tradicionais
indígenas e quilombolas e pessoas em extrema pobreza.
A segurança alimentar e nutricional pode ser definida como o direito
ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade sem comprometer
outras necessidades básicas. No entanto, a desigualdade social resulta
em dois quadros distintos que atingem a população de baixa renda e
escolaridade: a desnutrição, pelo consumo insuficiente de alimentos, ou a
obesidade, devido à ingestão de produtos de alto valor energético.
Em sua fala, Frozi acrescentou "hoje temos um Sistema Nacional de
Segurança Alimentar Nutricional (Sisan) que reúne ações e programas como
restaurantes comunitários, bancos de alimentos, cozinhas comunitárias,
programas de alimentação escolar, aquisição de alimentos e apoio à
alimentação saudável. Mas o principal desafio do Brasil é que as
políticas públicas avancem – tanto do ponto de vista do orçamento
público quanto no avanço da tecnologia".
Na oportunidade, a representante da Coordenação-Geral de Pesquisa e
Desenvolvimento da Segurança Alimentar e Nutricional do MCTIC, Janesca
Roman, ressaltou que o ministério já investiu mais de R$ 200 milhões em
editais de pesquisa nessa área. "Desde 2003, nós lançamos mais de 26
chamadas públicas de forma interministerial contemplando mais de mil
projetos na área de segurança alimentar e nutricional, envolvendo mais
de R$ 200 milhões", informou.
Perfil
Daniela Frozi é graduada em Nutrição pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Alimentos e Nutrição pela Universidade
Estadual de Campinas e doutora em Ciências da Nutrição pela UFRJ. Também
é membro titular do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (Consea), órgão consultivo que assessora a Presidência da
República.
Ciclo de palestras
Até sexta (21), o MCTIC realiza um ciclo de seminários em torno do
tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2016 e de questões como
tecnologias da informação e infraestrutura de institutos de pesquisa. A
programação inclui palestras de especialistas da Embrapa, da Fiocruz, da
IBM e do próprio ministério.
Fonte: MCTIC