Um
estudo global feito pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde
(IHME, sigla em inglês) da Universidade de Washington, nos Estados
Unidos, mostrou que 2,2 bilhões de pessoas (30% da população mundial)
têm sobrepeso ou obesidade.
Lutar contra a balança é um problema que precisa ser encarado por pelo menos 30% da população mundial, segundo o levantamento.
Divulgada
no último dia 12, a pesquisa levou em conta o IMC (Índice de Massa
Corporal) de mais de 68 milhões de pessoas em 195 países e os resultados
foram divulgados pelo The New England Journal of Medicine.
Ao
todo, estima-se que há 700 milhões de obesos no mundo (pessoas com IMC
acima de 30). Destes, cerca de 100 milhões são crianças. Além disso,
existem
1,5 milhão de indivíduos com sobrepeso (IMC entre 25 e 30). O IMC de
uma pessoa adulta saudável deve estar entre 18 e 25.
Os
autores do estudo acreditam que o aumento da taxa de obesidade está
ligado a uma maior oferta alimentícia em diversos países. “Há mais
disponibilidade
e acessibilidade de produtos com densidade energética, juntamente com o
marketing intenso de tais alimentos", afirmam no relatório da pesquisa.
Falta de exercícios
Para
o preparador físico Marcio Atalla, a tecnologia e o sedentarismo são
fatores ainda mais fundamentais para o problema. “De 1994 a 2010, por
exemplo, não houve acréscimo no número de calorias consumidas. Temos
comido mais frutas, verduras e legumes, e menos açúcar. Mas deixamos de
nos movimentar, porque hoje há muito mais tecnologia. As tarefas do dia a
dia demandam menos esforço”, declara.
Segundo
dados do governo federal, a obesidade cresceu mais de 60% no Brasil nos
últimos dez anos e já atinge metade da população nacional. No entanto,
as políticas públicas de combate ao sedentarismo ainda estão longe do
necessário, segundo Atalla. “O Ministério da Saúde é um zero à esquerda
no sentido preventivo”, diz.
Atualmente,
78% das crianças brasileiras não atingem o mínimo de exercícios
recomendados pela Organização Mundial da Saúde. “A minha geração
conseguia
isso com muito mais facilidade, porque a gente usava o corpo para
brincar”, ressalta o preparador físico de 47 anos.
Além
de gerar um alto grau de obesidade, o sedentarismo também é grave para a
economia. Um levantamento feito pela revista The Lancet em 2016 revelou
que US$ 67,5 bilhões são perdidos anualmente por conta do problema: US$
58,8 bilhões com custos médicos e US$ 13,7 bilhões pela redução da
produtividade.
O
ideal, aconselha Atalla, é incorporar a atividade física no cotidiano:
acumular ao menos 10 mil passos diários, subir lances de escadas, ficar
mais tempo em pé e fazer baterias rápidas de exercícios quando
possível.
Aumento no risco de doenças
O
relatório do IHME também apontou as consequências da obesidade na
mortalidade mundial. Em 2015, mais de 4 milhões de pessoas morreram no
mundo
pelo excesso de peso corporal.
“Boa
parte das pessoas que ignoram o aumento de peso fazem isso por sua
conta e risco", argumentou Christopher Murray, diretor do Instituto, no
relatório divulgado. Os maiores riscos, acrescenta, são doenças
cardiovasculares, diabetes, câncer "e outras condições que ameaçam a
vida".
Outro
estudo, publicado na The Lancet em 2016, revelou que o excesso de peso
pode reduzir a expectativa de vida entre um e dez anos, de acordo com
o grau de intensidade.
Onde
estão as maiores taxas de obesidade. O Egito lidera a lista de
obesidade adulta com cerca de 35% da população. A Arábia Saudita e os
Estados
Unidos também nas primeiras posições, de acordo com dados do IHME.
Entre
os norte-americanos, há a maior porcentagem de crianças e adolescentes
obesos: quase 13% das pessoas com menos de 20 anos estão acima do peso
no país.
Na
África Subsaariana e no Sudeste Asiático, a obesidade ainda é bastante
rara em relação ao resto do mundo. No Bangladesh e no Vietnã, por
exemplo,
apenas 1% das pessoas são obesas - as taxas mais baixas em todo o
globo. Gazeta On Line /Foto Pixabay